Peter Swinburn, presidente e executivo-chefe da Molson Coors Brewing Co., disse ontem que sua companhia está disposta a assumir maior endividamento para realizar uma aquisição de tamanho "razoável", caso surja uma oportunidade.
"Estamos dispostos a alavancar qualquer aquisição que julguemos atraente e que nos proporcione um retorno", disse Swinburn em uma entrevista na sede da companhia cervejeira em Denver, nos Estados Unidos. "Temos capacidade para realizar certas aquisições".
A Molson Coors, que produz a cerveja Blue Moon, poderá também vender ações para ajudar a bancar uma aquisição, disse ele. A companhia, que aumentou seu dividendo trimestral no mês passado, tinha US$ 1,57 bilhão em dívida de longo prazo em 29 de março, e prevê que seu fluxo de caixa livre ultrapasse US$ 500 milhões neste ano. A Molson tem 300 milhões de bônus de 4,85% com data de maturação em setembro de 2010.
Considerada a maior companhia cervejeira com sede na América do Norte, a Molson foi criada por uma fusão, envolvendo US$ 3,4 bilhões, reunindo a Adolph Coors Co. e a canadense Molson Inc., em 2005. A expansão internacional da cervejaria concentrou-se no fortalecimento das vendas da Coors Light na Ásia, Europa Ocidental e América Latina. A marca é vendida com uma margem de lucro mais alta em alguns mercados estrangeiros. Swinburn disse que considerará eventuais aquisições que reforcem as operações atuais.
Ele preferiu não especificar a dimensão de uma possível aquisição, nomear companhias específicas que possam ser alvo de negócios ou se está considerando alguma compra neste momento.
Ainda neste mês, a Molson Coors completou a compra de uma participação majoritária na Cobra Beer Ltd., com sede no Reino Unido. A aquisição proporciona à Coors Light acesso a caminhões de entrega e a uma equipe de vendas que atende 20 mil restaurantes indianos, onde a cerveja Cobra é vendida, segundo Rob Borland, executivo-chefe de marketing de marcas mundiais e desenvolvimento de mercado.
Ontem, as ações da Molson Coors avançaram 10 centavos de dólar, para US$ 42,11 às 16:03 (local) na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE). No ano, os papéis da empresa, entretanto, acumulam queda de 14%.
Swinburn disse também que a Molson Coors não foi sondada sobre as operações da Anheuser-Busch InBev NV no leste europeu. Os ativos da cervejaria belga, que incluem a marca tcheca Staropramen e companhias cervejeiras na Hungria, Bulgária e Romênia, podem ser alvo de propostas oriundas de diversas firmas de investimento em participações, disseram neste mês três pessoas bem informadas sobre as conversações. A Anheuser-Busch InBev é a maior companhia cervejeira do mundo.
A Molson Coors, que não é proprietária de empresas cervejeiras no leste europeu, teria muita dificuldade para gerar economias de custos que justificassem uma aquisição nessa região, disse Swinburn.
"Se e quando formos contactados, veremos o que estará disponível, mas, evidentemente, como em todas aquisições que acontecem nesse mercado, seremos bastante cautelosos", disse Swinburn.
Veículo: Valor Econômico