Os preços da arroba do boi gordo estão firmes em todo o País, sustentados pela demanda e oferta restrita. O reflexo já pode ser visto no varejo. "As altas foram repassadas ao varejo a partir do fim de semana. Caso as vendas continuem fluindo bem, a probabilidade de novas valorizações no mercado físico no curto prazo é grande", diz o analista Lucas Brunetti, da AgraFNP. Segundo ele, na semana passada os preços dos cortes no atacado subiram quase 5% e somente o quilo da ponta de agulha avançou mais de 10%. O movimento ocorreu em um período que costuma ser de vendas mais fracas do que o começo do mês, quando o consumidor está mais capitalizado.
O consumo aquecido alia-se à oferta restrita de animais para abate e escalas curtas, que vêm sustentando os preços da arroba do boi no mercado físico. Para Brunetti, caso essa escassez de animais não seja revertida, há grande possibilidade do aumento de frigoríficos em férias coletivas ou mesmo mais anúncios de recuperação judicial entre as indústrias.
"Talvez tenhamos alguma melhora na oferta com o maior volume de animais de confinamento previsto para meados de setembro e outubro. Ainda que seja localizada, essa oferta poderá impedir novas valorizações nos preços da arroba", afirma a analista Maria Gabriela Tonini, da Scot Consultoria.
Segundo a analista, não há espaço para quedas nas cotações, mas os confinados podem estabilizar o mercado. Em São Paulo, vendas a R$ 93/arroba a prazo foram observadas. À vista, o preço segue a R$ 90/arroba, livre de Funrural.
Consumo aquecido
5%
foi o aumento registrado nos preços dos cortes no atacado na semana passada, segundo a consultoria AgraFNP
R$ 90
é o preço da arroba à vista, em São Paulo, livre do Funrural.
O valor da arroba a prazo observado em São Paulo é de R$ 93
Veículo: O Estado de S.Paulo