A Associação Catarinense de Avicultura (Acav) recomendou a seus associados que reduzam a produção em 5% por conta da crise financeira internacional. O objetivo é controlar a oferta do produto diante da recessão, principalmente, de parte da Europa, um dos principais mercados consumidores do frango brasileiro. "A grosso modo, se todo mundo continuar neste ritmo de produção, daqui a pouco vamos ter que jogar frango fora", disse Ricardo Gouvêa, diretor da Acav e do Sindicarnes-SC. "Se não quisermos amargar prejuízos, temos que dar uma segurada agora", acrescentou.
A associação se reuniu sexta-feira para avaliar o cenário. "Não se sabe ao certo o que vai ocorrer, mas sabemos que todas as empresas estavam programadas para atender a uma forte demanda, que poderá não existir", disse Gouvêa.
Santa Catarina é o segundo maior Estado produtor de frangos do país, atrás somente do Paraná. Segundo a Acav, a produção de SC é de aproximadamente 60 milhões de cabeças por mês. Gouvêa acredita que associações de outros Estados devem aos poucos fazer a mesma recomendação. "Estamos todos sujeitos a um mesmo mercado, que está sofrendo com a crise".
Ontem, o novo presidente da União Brasileira de Avicultura (UBA), Ariel Antonio Mendes, disse que o grande desafio da avicultura brasileira é manter o crescimento sustentado de 6 a 8% ao ano, mesmo em um período de crise financeira mundial. A afirmação foi feita durante cerimônia de sua posse, em substituição a Zoé Silveira d'Avila, em Brasília.
Este ano, o país deverá produzir 11 milhões de toneladas de carne de frango e 450 mil toneladas de carne de peru. A projeção é de crescimento de 6% a 8% em 2009. Para Mendes, mantido o atual ritmo, o país pode se tornar o segundo maior produtor mundial no próximos anos. Hoje, está em terceiro lugar atrás de EUA e China. O Brasil é o maior exportador mundial.
Veículo: Valor Econômico