O consumidor que esperava encontrar na carne de frango uma alternativa para fugir dos reajustes dos cortes de boi e porco começa a esbarrar em novos aumentos no açougue. Nos últimos 30 dias até a segunda semana de outubro, o quilo do frango resfriado encareceu 3,15% no varejo de Belo Horizonte, mais de duas vezes e meia a variação do custo da cesta básica, de 1,13% no mesmo período, conforme pesquisa encomendada pela Secretaria Municipal de Abastecimento. Ainda é cedo para associar a alta a reflexos da crise financeira mundial, para o economista Djalma Prado Filho, coordenador do levantamento. Os produtores, por sua vez, reclamam da elevação dos custos nas granjas, com a alta do dólar, moeda em que são cotados fertilizantes, medicamentos e insumos usados na ração animal.
Em setembro, o Índice de Preços Pagos ao Produtor, calculado pela Universidade Federal de Lavras (Ufla), no Sul de Minas Gerais, havia apurado correções de 4,21%, em média, dos preços de vermífugos e de 2,88% das rações. No varejo, a carne de frango ficou 2,05% mais cara. O salto da moeda americana, segundo o presidente da Associação dos Avicultores de Minas Gerais (Avimig), Tarcísio Franco do Amaral, impôs aumento significativo dos custos de produção, principalmente de vitaminas e aminoácidos.
O economista Djalma Prado Filho, da Secretaria Municipal de Abastecimento, está convencido de que o reajuste dos cortes de frango no varejo reflete mais uma antecipação do comércio a efeitos da crise externa. “A crise não se reflete tão de imediato. Trata-se de um aumento preventivo e o consumidor precisa ficar atento; optar pelas ofertas”, afirma.
Veículo: O Estado de Minas - MG