Vendas e produção do setor devem apresentar crescimento de pelo menos 20% neste ano.
A atividade de piscicultura vem apresentando plena recuperação no Estado
O setor de piscicultura em Minas Gerais pode fechar este ano com incremento de 20% nas vendas de carne de tilápia. A expansão na demanda pode ser atribuída à busca dos consumidores por uma carne mais saudável neste período quente e também em função dos altos preços da carne bovina e suína.
Conforme o coordenador técnico da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), Frederico Ozanan de Souza, a piscicultura está em um período de safra e conta com uma produção estimada em 5 mil toneladas por ano.
"Os piscicultores estão preparando seus criatórios para atender a esse aumento na demanda. A unidade fabril de processamento de peixe na cidade de Cássia (Sul de Minas) deverá entrar em funcionamento até o final do ano para processar cerca de 1 mil quilos por dia", salientou.
A capacidade produtiva daquela unidade será de 3 mil quilos por dia quando estiver em pleno funcionamento. O processamento de uma tonelada de peixe gera, em média, algo entre 300 quilos e 400 quilos de filé. "Até o momento, a planta está com os procedimentos relativos à sanidade quase completos", afirmou Souza.
Além disso, Souza destacou o apoio de algumas prefeituras em sinalizar para a utilização da carne de peixe na alimentação escolar, o que poderá incrementar ainda mais os negócios nesse segmento. Segundo ele, a produção mineira é baixa em função da falta de escoamento adequado, mas existe um certo otimismo com a a construção de frigoríficos, que deverão otimizar o setor.
De acordo com o coordenador, o principal peixe comercializado no Estado ainda é a tilápia, que custa hoje entre R$ 3,50 e R$ 4 o quilo. "O preço do peixe ainda garante um retorno interessante para os criadores que varia entre 30% e 40%. Mesmo contando com a perspectiva de demanda crescente, não esperamos por oscilação nos preços até o final do ano, mesmo com os valores da ração em alta", afirmou.
O peixe já conta com custo alto para ser produzido e um incremento no preço pode fazer com que a demanda seja reduzida, salientou Souza. "Para se produzir um quilo os custos variam entre R$ 2,40 e R$ 2,60. Com isso, quando comercializado entre R$ 3,50 e R$ 4 o produtor consegue uma boa margem de lucro", comparou. Atualmente, Minas Gerais conta com cerca de 14 mil piscicultores, sendo que cerca de 95% deles de pequeno porte.
Veículo: Diário do Comércio - MG