Atlantic Tuna quer dobrar a produção de atum no Brasil

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Empresa brasileira foca parceria com japoneses para ampliar pesca de atum no País e dobrar a produção até 2012. Com isso a Atlantic Tuna deve faturar até R$ 150 mi.

 

Uma parceria inédita entre a brasileira Norpeixe e a japonesa Japan Tuna levará o Brasil a se tornar protagonista na pesca oceânica de atum. Com o acordo, o País poderá capturar até 68 mil toneladas do pescado por ano, ante as 4,1 mil toneladas registradas hoje. A cota definida pela Comissão Internacional do Atum Atlântico (ICCAT) para a pesca do peixe de forma sustentável no Atlântico é de 272,9 mil toneladas por ano das espécies albacora-branca, albacora-de-lage e albacora-bandolim. Por ano são pescadas, por todos os países envolvidos, aproximadamente 187 mil toneladas de atum, total de que o Brasil não possui nem 2%. A parceria fez surgir a empresa Atlantic Tuna, de capital brasileiro.

 

Segundo o presidente da nova companhia, Atlantic Tuna, Gabriel Calzavara, com o acordo, que teve o aval do Ministério da Pesca do Brasil e do governo japonês, o País conseguirá reunir condições de participar da captura de 25% de atum da cota definida ICCAT. Calzavara contou que a parceria trará ao País uma nova geração de tecnologias para este tipo de pesca, como a capacidade de rastrear e capturar pescados a uma profundidade maior, e a capacidade de estocá-los de forma adequada no próprio navio. "Nesse cenário, o Brasil precisa se modernizar e estimular esse tipo de pesca, até para conseguir uma fatia dessa cota", disse.

 

A parceria terá um prazo de dois anos inicialmente, no qual, 13 barcos serão arrendados pela Atlantic Tuna junto à empresa japonesa. Além disso, os asiáticos serão responsáveis por treinar e qualificar os tripulantes brasileiros para o uso dessas tecnologias. Entre os principais pontos acertados por meio do acordo estão o acesso à experiência na operacionalização das tecnologias japonesas e o acesso às embarcações que permite que o atum fique congelado à 60 graus negativos. "Este processo garante que o peixe possa ficar estocado por até seis meses e ser pescado durante o ano inteiro. Hoje, o atum tem de ser pescado, congelado, e, no prazo máximo de quatro dias, ser embarcado às capitais onde será comercializado", explicou Calzavara.

 

O presidente da empresa afirmou que todo atum pescado pelo Brasil será comercializado pelo próprio País, no mercado interno e externo. As operações de pesca da empresa só devem começar a partir de 2012, dado as adaptações entre o sistema japonês de pesca e as condições brasileiras. "Neste ano vamos regularizar a frota e os tripulantes, verificar áreas aptas para a pesca e acertos necessários. Em 2012 faremos as pescarias. Esperamos capturar nesse primeiro ano algo em torno de 7 mil toneladas, e faturar aproximadamente R$ 150 milhões", comemorou Calzavara.

 

Este ano serão introduzidos em cada embarcação quatro brasileiros, podendo chegar até 2012 a 15 tripulantes nacionais. Gabriel Calzavara comentou a possível compra destes barcos arrendados, mostrando-se otimista quanto à permanência dessa frota no Brasil. "Depois dos 2 anos, vamos conversar com eles para definir a continuidade da parceria, pois queremos ficar com os barcos aqui, no Brasil", frisou.

 

A parceria também trará ao País um centro tecnológico onde serão formados tripulantes brasileiros para manusear essas novas tecnologias. A expectativa é que até outubro comecem as construções, que ficarão na mesma cidade da sede da empresa, Natal (RN). "Hoje só estamos treinando aqueles que irão embarcar, e contamos com a parceria do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial [Senai], que nos cedeu momentaneamente sua estrutura Mas em outubro construiremos um centro tecnológico."

 

Por fim, o presidente da Atlantic Tuna espera em breve abrir as comercializações de atum com o país asiático.

 

Veículo: DCI


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