Aurora e BRF preparam embarque suíno à China

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Expectativa é que, a mais longo prazo, encomendas alcancem 700 mil toneladas anuais e mais do que dobrem o total exportado atualmente pelo país

 

No último trimestre deste ano, a BRF Brasil Foods e a Coopercentral Aurora quebrarão uma barreira histórica. Elas embarcarão os primeiros lotes de carne suína brasileira para a China,a maior produtora e consumidora mundial do produto. O país asiático produz 54 milhões de toneladas de carne de porco por ano e importa por volta de 1 milhão de toneladas, ainda assim o volume é insuficiente para abastecer o mercado interno nos próximos anos.

 

Com a visita recente da presidente Dilma Rousseff à China, a grande muralha que dividia os dois países caiu. A demanda pela abertura do mercado, de pelo menos dois anos, foi acelerada e, agora, a previsão dos produtores nacionais é a de que os chineses façam um pedido anual de 700 mil toneladas de suínos ao Brasil em longo prazo, volume que irá mais do que dobrar as 540 mil toneladas exportadas pelo país para vários países em 2010.

 

A BRF e a Aurora são donas de duas das três fábricas habilitadas pelo governo chinês para enviar carne suína para aquele país. Uma equipe técnica visitou, em novembro, 13 unidades industriais brasileiras.

 

Passaram pelo crivo chinês as unidades da BRF de Rio Verde (GO), da Aurora de Chapecó (SC) e da Cotrijui (Cooperativa Regional Tritícola Serrana) em Ijuí (RS). Juntas, elas têm uma capacidade de exportação atual de 50mil toneladas por ano.

 

Outras 13 fábricas devem ser fiscalizadas até o final deste semestre. Algumas delas, inclusive, da BRF e da Aurora. Mário Lanznaster, presidente da Aurora, planeja embarcar seu primeiro lote à China até outubro e habilitar uma nova unidade que hoje atende o mercado russo.

 

Agora, o desafio das companhias com fábricas já habilitadas é correr para estruturaras vendas e a logística e também incrementar os investimentos para ampliar as matrizes, de forma a atender ao grande apetite chinês por carne de porco.

 

“Uma vez habilitada a planta, tenho que desenvolver o produto, iniciar a busca por clientes e cuidar de toda a questão logística. Isso nos leva a crer que, entre dezembro e janeiro, faremos nossos primeiros embarques à China”, afirma Wilson Mello, vice-presidente de assuntos corporativos da BRF.

 

Inicialmente, a companhia comercializará carne in natura para as indústrias chinesas,mas há intenção de encontrar um parceiro daquele país e partir para o processamento local.

 

Em paralelo, Mello conta que a BRF está trabalhando na base para aumentar a oferta. “Não temos como embarcar 200 mil toneladas de suínos de uma só vez,mas estamos adaptando a produção para ter condições de atender os clientes chineses da melhor forma.”

 

A BRF vai investir R$ 1,5 bilhão neste ano na expansão de seu negócio e mais R$ 500 milhões em matrizes. A companhia diz que parte deste montante será destinada aos suínos. Atualmente, a BRF só exporta frango para a China, negócio que representa 2,5% do seu negócio no exterior. Por conta do frango, a BRF já temum escritório em Xangai, com 12 funcionários comandados pelo brasileiro RogérioMoraes.

 

Embora a Rússia seja a maior importadora de carne suína, a BRF está interessada em vender também para a Ásia, comfoco no Japão e na Coreia do Sul. O governo coreano já visitou algumas unidades de suínos no Brasil e deve retornar para realizar nova vistoria técnica em breve. A expectativa da BRFé iniciar seus negócios na Coreia ainda este ano.

 

Veículo: Brasil Econômico


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