Os preços médios pagos aos criadores de suínos no Estado caíram 19% no mês de agosto. De acordo com dados da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs), os suinocultores gaúchos iniciaram o mês passado recebendo R$ 2,54 pelo quilo, mas viram sua remuneração ser derrubada para R$ 2,06 na última semana do mês passado. A tendência de queda está se mantendo em setembro. Na primeira semana do mês, o preço médio ficou em R$ 1,95 o quilo. Segundo o presidente da Acsurs, Valdecir Folador, esses valores estão impedindo os criadores de cobrir seus custos de produção. “O milho tem se valorizado muito, o farelo de soja também, e com o preço da carne suína achatado estamos perdendo nossa rentabilidade”, comenta.
Para Folador, um dos fatores para a redução dos preços é a maior oferta no mercado interno, causada pelo embargo sanitário decretado pela Rússia, em junho, às importações de carne suína brasileira. No entanto, o dirigente aponta que os resultados do mercado externo em agosto foram positivos no mês passado.
De acordo com dados da Abipecs, o volume exportado aumentou 21%, passando de 36,1 mil toneladas em julho para 45,9 mil em agosto. Já o faturamento total das exportações do setor no mês passado foi de US$ 122,1 milhões, um crescimento de 23% em relação aos US$ 94 milhões registrados no período anterior.
“Essa é uma matemática engraçada, culpam a Rússia pela redução dos preços, mas o faturamento no mês aumentou da mesma forma”, comenta. Mas o presidente da Acsurs acredita que o Brasil precisa reforçar as negociações com o governo russo. “Com isso podemos ter uma virada mais forte do mercado, o que deve gerar uma retomada de preços.”
Veículo: Jornal do Comércio - RS