Queda na demanda e alta de custos geraram prejuízo para os criadores em janeiro.
A demanda fraca em janeiro reduziu os preços da carne suína. De acordo com os dados da Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg), no mês passado foi registrada queda de 17,6% na cotação do quilo do animal vivo. A retomada dos valores é esperada ainda neste mês, com o enceramento do período de férias. No intervalo os suinocultores trabalharam no prejuízo, devido ao encarecimento dos custos de produção.
No princípio de janeiro o quilo do suíno vivo, em Minas Gerais, estava cotado em torno de R$ 3,40, porém no fechamento do mês os valores já tinham retraído para cerca de R$ 2,80, o que representou uma queda de 17,6% no mês. De acordo com o vice-presidente da Asemg, José Arnaldo Cardoso Pena, com a queda nos preços, a situação do produtor em janeiro ficou desfavorável.
"Janeiro normalmente é um período de queda significativa na demanda que é proporcionada pelo período de férias. O principal problema observado no mês passado foi que, além de receberem menos pela produção, os suinocultores de Minas Gerais trabalharam com os custos elevados. O farelo de soja e o milho tiveram os preços reajustados, o que causou novas perdas", disse.
De acordo com Cardoso Pena, somente o milho e o farelo de soja respondem juntos por 70% dos custos de produção da atividade. A tonelada do farelo de soja, segundo os dados da Asemg, foi reajustada nos últimos meses e passou de R$ 560 para R$ 750, com expansão de 33,9%. Os preços do milho também estão em alta, variando entre R$ 29 e R$ 32 por saca de 60 quilos.
Enquanto o quilo do suíno vivo encerrou janeiro cotado a R$ 2,80, os custos de produção no período ficaram em torno de R$ 3,00. "O início da colheita da safra de grãos no país e em Minas Gerais, entre janeiro e fevereiro, deverá contribuir para a redução dos preços da soja e do milho ainda nesta primeira quinzena, o que vai favorecer os suinocultores", previu.
Mesmo com a queda de preços no início de 2012, as expectativas dos representantes do setor são positivas para o restante do ano. A previsão de aumento na safra de grãos brasileira deverá contribuir para a redução dos preços do milho e da soja, proporcionando queda nos custos de produção na atividade.
Mercado externo - Além disso, é esperada nova alta no consumo de carne suína no mercado interno e na demanda internacional. No cenário mundial, a abertura do mercado dos Estados Unidos para a carne suína de Santa Catarina é vista como uma grande oportunidade de expansão das exportações para mercados mais exigentes e que pagam mais pelo produto. Além disso, o consumo crescente na China e Ucrânia também contribuirá para o controle da oferta no país e para a formação de preços mais rentáveis no Brasil.
De acordo com Cardoso Pena, cerca de 84% da produção mineira é consumida no mercado local. A expectativa é que o volume de carne suína em Minas Gerais se mantenha praticamente estável a produzida em 2011, que ficou em torno de 400 mil toneladas.
Em 2011, segundo as informações da Asemg, o consumo de carne suína vem sendo estimulado pelas ações promovidas pelo Programa Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (PNDS). No ano passado, o consumo per capita brasileiro aumentou de 13 quilos por habitante para 15 quilos. Para 2012 é esperado novo incremento.
"Neste ano vamos focar no aumento da qualidade da carne suína, preocupando principalmente em oferecer segurança alimentar para os consumidores. Nossos planos também contemplam a capacitação dos envolvidos na atividade e a diversificação dos produtos disponibilizados no mercado", disse Cardoso Pena.
Veículo: Diário do Comércio - MG