A estiagem no Rio Grande do Sul está reduzindo o trabalho em alguns abatedouros de aves gaúchos localizados em áreas mais afetadas pela falta de água. Na Serra, alguns frigoríficos já planejam suspender a produção devido às dificuldades de obter a água necessária para cumprir as normas de higiene determinadas pelo Ministério da Agricultura.
Segundo José Eduardo dos Santos, diretor-executivo da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), muitas empresas estão adotando o racionamento para evitar a paralisação total da produção. “O setor está em alerta desde o verão, e a situação tem se agravado nos últimos dias. Se a disponibilidade de água não se readequar em breve, não há como manter os níveis normais de abate.” As dificuldades têm levado várias empresas a gastar mais recursos para providenciar o transporte de água, encarecendo ainda mais os custos de produção. Santos não descarta a possibilidade de suspensão das operações em algumas unidades caso a estiagem prossiga, especialmente nos municípios que decretarem racionamento. Conforme o dirigente da Asgav, a seca já reduziu em cerca de 5% os abates de aves no Estado.
Por enquanto, as dificuldades estão centralizadas apenas nos abatedouros de aves, a maioria deles situados na Serra e no Vale do Taquari. Segundo Zilmar Moussale, diretor-executivo do Sindicato das Indústrias de Carnes do Estado, as indústrias de carne bovina não estão enfrentando problemas, principalmente devido à sua concentração regional. No caso dos suínos, os abates também estão prosseguindo normalmente. “Algumas empresas acabam sofrendo a necessidade de obter água de outras fontes, mas isso não afetou as operações”, destaca Rogério Kerber, diretor-executivo do Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos do Estado.
Veículo: Jornal do Comércio - RS