Impostas desde fevereiro, restrições causavam impacto no setor
A Argentina suspendeu as restrições à entrada de carne suína brasileira, informou ontem o Ministério da Agricultura. As barreiras à importação, impostas pelo governo argentino em fevereiro, causavam forte impacto no setor.
De acordo com a assessoria do ministério, o fim do embargo foi informado pelo embaixador da Argentina no Brasil, Luis Maria Kreckler, ao ministro Mendes Ribeiro.
Segundo o embaixador, o secretário do Comércio Interior argentino, Guillermo Moreno, reuniu-se com importadores e anunciou o restabelecimento das compras.
Desde fevereiro, a Argentina exige que os importadores argentinos peçam permissão antecipada para comprar produtos de outros países, aguardem a aprovação, que pode não ocorrer, e somente depois disso tenham acesso à mercadoria que adquiriram.
No caso do Brasil, o impacto se fez sentir com força no mês passado: houve queda de quase 30% nas vendas para o país na comparação com o mesmo período de 2011.
As vendas de carne suína foram especialmente prejudicadas nesse processo: entre janeiro e abril, foram cerca de US$ 17 milhões em exportações ao país vizinho, redução de mais de 50% na comparação com o mesmo período do ano passado.
Como retaliação às barreiras, o Brasil vem restringindo, há duas semanas, a entrada de dez produtos que estão entre os mais exportados pelo país vizinho para compradores brasileiros.
Uma nova reunião entre autoridades brasileiras e argentinas ocorrerá na semana que vem, em Buenos Aires.
O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Fernando Pimentel, considerou "positiva" a decisão argentina e disse que mais detalhes do conflito comercial entre os países serão decididos no próximo encontro.
A pasta lembrou também que o chanceler do país vizinho, Héctor Timerman, já havia indicado que o embargo deveria ser suspenso. "Quero esperar para ver", diz Pedro de Camargo Neto, presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína.
Veículo: Folha de S. Paulo