Cortes especiais de suínos na mira da BRF

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Companhia estuda engordar o portfólio, ainda pouco representativo, e deve apostar em marketing para estimular o consumo da proteína

 

A BRF estuda mais uma alternativa para engordar o caixa e o aumento do portfólio com cortes de carne suína in natura, negócio ainda pouco representativo para a companhia, parece ser o caminho mais próximo. “Investir mais em linhas de cortes especiais e em marketing é uma

importante alternativa para ampliar o consumo dessa proteína no mercado interno. Nosso departamento de esquisa e desenvolvimento está trabalhando nisso”, disse ontem Messias Donizeti Oliveira, diretor de compras de matérias-primas da BRF durante seminário sobre tendências do agronegócio realizado em São Paulo.

 

Atualmente, a BRF comercializa apenas quatro cortes in natura, entre eles, costela e filé mignon de suíno. No primeiro trimestre do ano, as vendas desses itens representaram menos de 9% da receita da companhia, que totalizou R$ 6,3 bilhões.

 

Sem informar detalhes sobre os estudos em andamento, o  executivo disse ver ‘ com preocupação’ o cenário da suinocultura no país. “O custo deprodução é alto, há inclusive produtores desistindo da atividade, e a demanda avança lentamente no Brasil”, diz . No ano passado, o consumo de carne suína per capita chegou perto dos 13 quilos e a previsão para 2012 é de 15 quilos.

 

Marketing é chave

Segundo Leonardo Sologuren, diretor da consultoria Clarivi, a aposta em cortes especiais é um item importante na lista de iniciativas das indústrias para alcançar consumo de 18 quilos per  capita estimados para 2015. Enquanto isso, o brasileiro consome, anualmente, 35

quilos de carne bovina e outros 48 quilos de carne de frango. “É claro que o marketing terá papel fundamental nesse movimento, pois a população ainda não vê a carne suína como um produto saudável”, diz Sologuren. A aposta em cortes especiais, e também em reforçar a comunicação com o consumidor, é movimento que tem sido posto em prática por outras gigantes de proteínas, caso da Marfrig e da JBS.

 

Para fortalecer a marca Friboi, de carne bovina, a JBS disse recentemente que estimava investir cerca de R$ 100 milhões entre 2011 e 2012, sobretudo em campanhas de marketing. A primeira propaganda da história da companhia em canal de televisão foi ao ar no fim do ano passado, apenas para consumidores de São Paulo.

 

Segundo balanço feito pela empresa anteriormente, após a veiculação, as vendas da empresa no estado aumentaram 13% em volume, enquanto isso, no resto do Brasil, o crescimento foi de 1%. Os dados se referem ao período de novembro e dezembro. 

 

 

Veículo: Brasil Econômico


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