Cotação atual do quilo do animal vivo em Minas Gerais gira em torno de R$ 2,40.
Os preços do suíno vivo em Minas Gerais voltaram a apresentar queda em maio e complicaram ainda mais a situação da suinocultura. Os preços pagos pelo quilo do animal vivo encerraram maio em R$ 2,40, valor 7,6% inferior aos R$ 2,60 praticados no início do mês. A tendência é de manutenção dos preços atuais, uma vez que a oferta de carne no mercado está superando o volume consumido.
De acordo com a analista da Scot Consultoria, Nádia Oliveira, a queda observada em Minas Gerais se deve ao aumento da oferta de carnes bovina, frango e suína no mercado interno em volumes superiores à demanda.
"Os pecuaristas estão começando a aumentar o descarte de bovinos preparando para o período de confinamento. Com isso, os preços da carne estão mais atraentes para os consumidores, que acabam comprando maior volume do produto e reduzindo o consumo de carne suína", avalia Nadia.
No curto prazo, a tendência para os preços do suíno é de pequena alta, o que deve acontecer ao longo das duas primeiras semanas de junho, estimulada pelo recebimento dos salários, o que alavanca a demanda. Após esse período é esperada pequena redução ou estabilidade dos preços pagos aos suinocultores.
O preço atual do quilo do animal vivo em Minas Gerais gira em torno de R$ 2,40. A média observada ao longo de maio foi de R$ 2,48. Em relação a igual mês de 2011 a queda é de 9,8%, no período anterior o quilo do animal vivo era comercializado em torno de R$ 2,75. Com a queda, a rentabilidade do setor foi comprometida uma vez que os custos de produção gira em torno de R$ 2,80.
Custos - Um dos principais fatores que vem complicando a situação é o encarecimento dos custos de produção. Os preços elevados do milho e do farelo de soja, principais componentes da ração, estão contribuindo para a redução da margem. Em muitos casos os suinocultores estão recebendo valores inferiores ao custo de produção.
"O mercado está bem abastecido, o que vai contribuir para a manutenção dos preços nos patamares atuais. Diante desse cenário, a situação dos suinocultores é de crise devido à redução da margem de ganho e o acumulo de prejuízos", disse Nádia.
A queda nos preços também foi observada em outras regiões produtoras do Estado. De acordo com os pesquisadores do Centro de Estudo Avançados em Economia Aplicada (Cepea), tanto o suíno vivo quanto a carne desvalorizaram nos últimos dias na maioria das regiões acompanhadas.
A fraca demanda pela carne suína neste período do mês, acentuada pelos preços mais baixos das concorrentes, reduziram o interesse da indústria em adquirir animais para abate. Além disso, alguns analistas do Cepea atribuem a queda de preços do vivo também à maior oferta de animais.
Vale ressaltar que a liquidez esteve baixa nos últimos dias. Alguns agentes alegam que a compra do mês já foi realizada nas semanas anteriores e, assim, optaram por aguardar a entrada de junho para novas aquisições.
Embarques - De acordo com os dados do Cepea, entre 28 de maio e 1º de junho o preço do suíno vivo caiu de R$ 2,35 para R$ 2,31, redução de 1,8%. O preço mínimo praticado no intervalo foi de R$ 2,10 e o máximo de R$ 2,40.
As expectativas do setor, para que os preços sejam alavancados nos próximos meses, estão baseadas no aumento das exportações, o que vai ocorrer com o fim do embargo argentino à carne suína brasileira e à habilitação do frigorífico da BRF Brasil Foods, em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, para comercializar a carne no mercado chinês.
As iniciativas trarão novo fôlego à suinocultura de Minas Gerais e às demais regiões produtoras do país. A possibilidade de aumentar a comercialização de carne suína no mercado externo é considerada fundamental para equilibrar a oferta do produto internamente e impulsionar a retomada dos preços, que hoje são insuficientes para cobrir os custos de produção.
Veículo: Diário do Comércio - MG