Comandada por Pedro Furlan, bisneto do fundador da empresa de alimentos, companhia já detém um terço do mercado brasileiro, se prepara para ampliar portfólio e anunciar parceria com gigante estrangeira do setor
O mercado de pescados nunca foi a praia da Sadia. Mas Pedro Furlan, bisneto de Atílio Fontana, fundador da companhia, hoje nas mãos da BRF, decidiu usar o know-how que adquiriu no setor de alimentos e agora tem uma meta ousada para a Nativ.
A empresa criada por ele em 2006,com o aporte de investidores, entrou no mercado com forçaem 2008 e agora quer chegar à liderança do segmento de pescados congelados. Some-se a isso a meta da companhia, de multiplicar por 12 o faturamento, que neste ano deve ficaremR$ 43 milhões e que, se tudo sair como planejado, deverá alcançar os R$ 550 milhões em 2018.
“Nossa estratégia está baseada na ampliação do portifólio, nos investimentos emqualidade e ampliação da produção”, explica Furlan. Parte do planejamento dessa expansão passa pela parceria com uma companhia estrangeira, um peixe grande do setor de pescados, que trará ao país produtos complementares aos que a Nativ já produz.
A negociação, em processo de consolidação, ainda é guardada a sete chaves, mas deverá ser anunciada entre dezembro e janeiro de 2013. “Com isso agregaremos ainda mais produtos à nossa linha no Brasil”, adianta o executivo. Nesse meio tempo, a companhia se prepara para anunciar aumento de seu portfólio de produtos já nos próximos meses.
Atualmente, a companhia, mantém a fazenda e planta processadora em Sorriso, no Mato Grosso. O foco da produção está nos peixes amazônicos, especialmente o Tambaqui, Tilápia e Pintado. Por ano, são abatidos cerca de 6,4 mil toneladas de peixes. Além da venda dos filés congelados, a Nativ também tem no mercado uma linha de empanados, que passa por hambúrguer e bolinhos de peixe, além do camarão congelado.
Ao todo, são 24 produtos diferentes à venda no varejo. Em quatro anos de atuação, a Native já está nas gôndolas de 19 das 20 maiores redes varejistas do país em 15 estados, mas Furlan quer que a marca seja a principal. “Atualmente temos 35% do mercado de congelados processados”, revela. Ele explica que para este ano o foco é aumentar as vendas nos pontos já estabelecidos. “Expansão geográfica está no nosso plano, mas não para este ano”, diz.
Para isso, a Nativ também aposta na melhora do poder aquisitivo do consumidor e na busca por produtos mais saudáveis. Furlan explica que a praticidade dos produtos congelados faz com que o consumo de peixe seja algo acessível a todos os públicos. Já as exportações da Nativ somam apenas 5% das vendas totais. “Esse fenômeno acontece em todo o setor, já que o câmbio desfavorável e o crescimento do mercado interno favorecem o consumo nacional”, explica o executivo.
Outra parte do plano futuro de ampliação da companhia inclui investimentos mais robustos em pesquisa e desenvolvimento, além de aumento da estrutura fabril. Desde o início da companhia até agora, já foram investidos R$ 100milhões. “Faremos novos aportes nos próximos anos, para fomentar nossa expansão”, revela.
Veículo: Brasil Econômico