Oferta ainda segue ajustada frente à demanda.
O mercado brasileiro de frango manteve preços praticamente estabilizados ao longo de outubro, mas em patamares firmes. Segundo o analista de Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, a oferta segue muito ajustada frente à demanda, justificando essa estabilidade dos preços praticados.
"O cenário é muito promissor, considerando que a demanda se aproxima do seu auge e a oferta deve permanecer ajustada, tendo em conta a redução do alojamento de pintos de corte no decorrer do segundo semestre deste ano", explica o analista.
Os custos de produção seguem elevados, mas os preços praticados são suficientes para cobrir os custos e garantir lucro aos avicultores. "Com a demanda durante o último bimestre do ano é aguardado aumento da margem de lucro", completa Iglesias.
Em São Paulo, o quilo do frango vivo subiu de R$ 2,40 para R$ 2,50 em outubro. No mercado integrado do Rio Grande do Sul, o preço avançou de R$ 2,20 para R$ 2,34. A cotação também subiu na integração de Santa Catarina, passando de R$ 2,10 para R$ 2,35. No oeste do Paraná, o preço pulou de R$ 2,20 para R$ 2,30.
No Mato Grosso do Sul, o quilo avançou de R$ 2,40 para R$ 2,45. O preço subiu em Goiás, passando de R$ 2,45 para R$ 2,50. Em Minas Gerais, a cotação saiu de R$ 2,50 para R$ 2,55. No Distrito Federal, o preço subiu de R$ 2,45 para R$ 2,50.
Agilidade - Segundo Safras & Mercado, o ano de 2013 tende a ser vantajoso para a avicultura de corte. O setor apresentou agilidade para se adaptar a abrupta alta dos custos de produção ao longo desse ano, demonstrando versatilidade. O cenário desenhado para o próximo ano aponta para a evolução do setor em vários sentidos. No entanto, essa situação favorável depende da confirmação das projeções econômicas.
No que tange aos custos de produção, a perspectiva é que eles sejam inferiores durante o próximo ano, se comparado a esse. Com isso, o setor não apresentará tantas dificuldades em torno da rentabilidade da atividade. Os lucros serão superiores em caso de uma produção regulada, sem incorrer excedente de oferta, situação que é muito nociva ao setor.
Devido a essa nova visão do segmento, focando uma oferta de frango justa à demanda, deve ser observado um alojamento de pintos de corte na média entre 510 e 520 milhões de cabeças durante todo o ano, sendo que o seu potencial mensal é de 550/570 milhões de cabeças. Esse ajuste da oferta é essencial ao setor considerando o potencial da demanda durante o ano de 2013.
A previsão de crescimento da economia brasileira para o próximo ano fica em torno de 4%, segundo dados do Banco Central. Por isso, a demanda interna continuará atuando como principal pilar da avicultura de corte.
Em relação à produção de carne de frango, o avanço vai ser pouco significativo, inferior a 2% se comparado ao ano corrente. A perspectiva é que a produção atinja em torno de 13 milhões de toneladas ao longo do ano de 2013, contra 12,8 milhões de toneladas estimadas para a totalidade de 2012.
A produção pode oscilar positiva ou negativamente dependendo das mudanças de conjuntura que podem ocorrer nos próximos meses. A possibilidade de expansão ou retração da demanda por imprevistos não pode ser descartada de maneira alguma.
Veículo: Diário do Comércio - MG