No mês, cotações já subiram 7,84%, com o quilo da ave sendo negociado a R$ 2,75.
A aproximação das festas de fim de ano tem contribuído para a recuperação dos preços pagos pelo quilo do frango vivo em Minas Gerais. De acordo com dados da consultoria Safras & Mercado, somente em novembro os valores acumularam alta de 7,84%, com o quilo do animal vivo sendo negociado a R$ 2,75. A expectativa é de manutenção dos preços em alta, o que será sustentado pela demanda crescente por parte dos consumidores.
De acordo com o analista de Safras & Mercados Fernando Henrique Iglesias, a demanda atual é proveniente, em grande parte, da indústria processadora que está formando estoque para atender os pedidos de fim de ano.
"Normalmente, novembro é marcado pela demanda crescente por parte das indústrias, tanto as que comercializam o frango resfriado como pelas que processam a carne para a composição de alimentos diversos, como embutidos, por exemplo. A tendência é de que a partir do final de novembro e início de dezembro a procura seja maior por parte dos consumidores, que estarão se preparando para as comemorações de final de ano", disse Iglesias.
Além da demanda, a oferta ajustada ao mercado deverá contribuir para a sustentação dos preços em patamares mais elevados. A oferta menor é resultado dos custos superiores aos preços recebidos pela venda do frango. De acordo com Iglesias, em boa parte de 2012 os avicultores acumularam prejuízos e a maioria optou por reduzir o plantel.
Clima - Os problemas climáticos que afetaram a produção de grãos nas principais regiões produtoras do mundo fizeram com que a demanda superasse a oferta, o que impulsionou os preços, principalmente da soja e do milho, produtos que respondem por cerca de 70% da composição dos custos do frango.
Com a demanda aquecida e os preços em alta, a tendência é de que os avicultores recuperem parte das perdas acumuladas ao longo de 2012.
"A tendência é de mercado firme para o frango vivo até meados de dezembro. A demanda será sustentada pelo pagamento do 13º salário, que contribuirá para elevar ainda mais o consumo. A expectativa é de que os avicultores recebam mais pelo produto nas próximas semanas", disse.
O movimento de alta também foi observado pelos pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). De acordo com os dados da entidade, os preços do frango vivo voltaram a subir no mercado brasileiro, após semanas de estabilidade.
O animal chegou a valorizar 4% em sete dias. Segundo pesquisadores do Cepea, a demanda pelo animal segue firme e a oferta está enxuta. No início do segundo semestre, segundo informações de colaboradores do Cepea, o alojamento de pintinhos diminuiu devido aos altos custos da alimentação.
O repasse das altas do frango vivo às carnes já pode ser observado e, mesmo estando mais cara, colaboradores do Cepea esperam que a carne siga valorizada com a entrada da primeira parcela do 13º e com a aproximação das festas de final de ano.
De acordo com a analista da Scot Consultoria Pamela Alves, em São Paulo, por exemplo, na última semana o preço de frango vivo teve alta de 4%, após dez semanas sem alterações. "A valorização é reflexo das semanas de bom consumo, onde houve altas no varejo e no atacado. A tendência é de mercado bem aquecido para as próximas semanas", disse Alves.
Veículo: Diário do Comércio - MG