Iniciativa Mais Ovinos no Campo foi lançado em janeiro de 2011 com R$ 102 milhões em créditos
Estimulados pelo crescimento da demanda por carne e pelos incentivos para a retenção de matrizes no campo, os criadores de ovinos esperam uma temporada de vendas em alta.
Assim como na pecuária de corte, as fêmeas devem ter grande procura durante as feiras que começam em dezembro, mas têm nos meses de janeiro e fevereiro o ponto alto.
Para alguns criadores, o período de bons negócios já começou. No último dia 10, a cabanha Surgida, de Rio Pardo, realizou leilão com a venda de 20 borregas (ovelhas jovens) da raça texel puras de origem a uma média de R$ 4 mil por animal.
O produtor Erivon Silveira de Aragão tem investido na genética como um fator de diferenciação do rebanho de 300 matrizes e 15 reprodutores. No ano passado, importou 200 doses de sêmen da Inglaterra para qualificar o trabalho na propriedade.
– O preço do quilo do cordeiro está maior do o do quilo do boi. Com esse avanço da agricultura sobre áreas de pecuária, está valendo mais a pena criar ovinos, porque cabem mais animais por hectare – salienta Aragão.
Um dos motivos do entusiasmo do setor é o resultado do programa Mais Ovinos no Campo, lançado no final de janeiro de 2011 pela Secretaria da Agricultura do Estado, com crédito de R$ 102 milhões para a retenção de fêmeas e aquisição de matrizes e reprodutores. Conforme dados divulgados em outubro, até o momento já foram liberados R$ 42,48 milhões em 1.820 contratos para 269.385 animais.
– Hoje, a gente consegue reter pelo menos 400 mil fêmeas. Chegamos a 50% do nosso objetivo esperado – observa o coordenador técnico da Câmara Setorial de Ovinocultura, José Galdino Garcia Dias.
Com maior número de animais ficando no campo houve diminuição momentânea de oferta. Isto ajudou a manter o preço da carne em patamares próximos aos de 2011 – cerca de R$ 4 o quilo do cordeiro para abate. Conforme o presidente da Associação Brasileira de Criadores de Ovinos (Arco), Paulo Schwab, a estratégia de reter as fêmeas para reprodução no campo está dando resultado.
– Houve um aumento substancial de animais direcionados à criação, com diminuição de oferta de ventres jovens que estavam indo para os abates. Devemos fechar o ano com um rebanho perto de 4 milhões de cabeças no Estado, contra as 3,2 milhões do início do programa no ano passado – estima Schwab.
Veículo: Zero Hora - RS