Seis unidades serão reativadas e deverão gerar processamento adicional de 2 mi de animais
A reativação de seis plantas processadoras de carne deverá impactar o resultado da JBS no último trimestre do ano e nos primeiros meses de 2013. Desse total, três unidades já pertenciam ao grupo, comandado por Wesley Batista—e outras três foram adquiridas em maio, na compra de ativos do frigorífico Independência por R$ 268 milhões. “Faz parte da nossa estratégia de continuar expandindo a frente de bovinos no Brasil”, explicou Batista em evento com jornalistas.
Duas dessas unidades, localizadas em Rolim de Moura (RO) e Nova Andradina (MS), iniciarão as atividades até o fim do ano. Pontes Lacerda (MT) e Vila Rica (MT) começarão a funcionar em janeiro e por fim, Senador Canedo (GO) e Castelo dos Sonhos (PA) inauguram em fevereiro e abril de 2013, respectivamente. Juntas, as unidades serão responsáveis por um incremento de 2 milhões de cabeças de bovinos abatidos em 2013, um crescimento em torno de 22% sobre o volume atual.
Para colocar as unidades em pleno funcionamento, Batista calcula que serão necessários entre R$ 100 e R$ 150 milhões de investimentos totais. “Com isso vamos ganhar maior participação no mercado tanto interno quanto externo”, diz.
O início das operações e a melhor demanda do mercado internacional devem fazer com que a JBS feche o ano com receita total da ordem dos R$ 75 bilhões, segundo previsão de Batista. No terceiro trimestre, a companhia obteve receita líquida, de R$ 19,4 bilhões, 24,4% superior ao mesmo trimestre de 2011. No acumulado do ano, a receita já soma R$ 53,8 bilhões.
“A JBS está na fase de colher frutos, depois de expandir no último ano fazendo muitas aquisições no Brasil e exterior”. Batista explica que o foco do grupo está na melhora da geração do fluxo de caixa e da eficiência de seus ativos. Segundo ele, a companhia está fazendo sua desalavancagem, a fim de aumentar a sinergia entre as unidades. No terceiro trimestre, a dívida líquida ficou em 3,68 vezes o Ebitda ante 4,27 vezes no trimestre passado. Para tanto, Batista descartou a possibilidade de novas emissões de papeis ou busca de aporte externo. Ele também destacou que não há interesse da empresa em se desfazer de ativos. “Não pensamos nisso, mas é claro que avaliamos sempre a viabilidade, o retorno e o sentido de todas as operações de nosso portfólio”, destacou.
Aquisições
Há duas semanas, a JBS USA, unidade do grupo nos Estados Unidos assumiu o controle de operações da XL Foods no Canadá. A processadora de bovinos, agora nas mãos da família Batista, garantiu ao grupo opção por dois frigoríficos no país,umconfinamento, uma fazenda e outras duas plantas nos EUA.
“Essa operação nos dará grande sinergia com os EUA e contribuirá para o aumento da nossa receita”, explicou André Nogueira, presidente da JBS USA.Segundo ele, 25% da produção de bovinos do Canadá é exportada, sendo que desse percentual, 75% tem como destino o mercado norte-americano.
Na semana passada, o grupo adquiriu a catarinense Agrovêneto, processadora de frango, por R$ 128 milhões. “Assim comoa JBS, o foco deles é o mercado externo, com 75% da produção vendida lá fora”, disse Batista, ao declarar que a companhia não pretende disputar omercado interno de aves ou de processados, onde empresas como a BRF atuam. “Esses mercados estão saturados, queremos maior participação internacional”.
Veículo: Brasil Econômico