Preço do quilo do suíno está em recuperação no Rio Grande do Sul

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Valor pago aos produtores não deve ter impacto extra para consumidores


Depois de amargar uma forte redução no preço no primeiro semestre do ano, o valor do quilo do suíno vivo pago ao produtor está reagindo e fechou a semana em R$ 3,16 no mercado gaúcho. Para o bolso do consumidor, essa recuperação não implicará em uma alta maior do que os 8% já projetados pelos supermercadistas para as festas de fim de ano.

A demanda para o período, em que a carne suína costuma ser uma das atrações principais, é um dos motivos que explica a elevação do preço pago ao produtor. Mesmo com a projeção de reajuste para o consumidor, o presidente da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), Antônio Cesa Longo, estima que as vendas cresçam 15% em relação ao fim de 2011:
– O consumidor está disposto a pagar, e o preço ainda está acessível.

Além do mercado interno, o crescimento nas exportações é considerado pelos produtores como outro fator positivo para a reação. Em outubro, conforme dados da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), foram enviadas 61,74 mil toneladas para o Exterior, 33,4% a mais do que igual período de 2011.

No entanto, segundo o presidente da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs), Valdecir Folador, a alta dos preços foi acompanhada pelo aumento dos custos. Conforme pesquisa mensal da Embrapa, o valor para a produção do suíno é de R$ 2,90 o quilo, enquanto em junho, considerado o período mais crítico da crise, era de R$ 2,50.
– Tivemos a quebra da safra aqui no Estado, o que nos levou a trazer milho do Centro Oeste, e isso impactou nos custos de produção. O produtor está recebendo uma pequena margem de R$ 0,05 por quilo, o que mal dá para pagar as dívidas – alerta Folador.

Apesar das medidas do governo federal anunciadas em julho deste ano, quando os suinocultores gaúchos chegaram a vender o quilo do produto a R$ 1,70, Folador considera que o pacote não teve efeito para a reação. Os criadores estiveram reunidos com o Ministério da Agricultura para pedir a prorrogação até dezembro da portaria que determinou o preço da saca de 60 quilos de milho a R$ 21, o que foi descartado pela pasta. O governo vai ofertar o grão por meio de venda à balcão com custo de R$ 29,01 a saca, valor que desagradou o setor.



Veículo: Zero Hora - RS


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