Este ano foi um período de desafios para o setor de carnes, entre elas a suína. No primeiro semestre, a suinocultura viveu sob as amarras dos embargos russo e argentino. Houve aumento da oferta interna de carne e recuo dos preços, com consequente perda de margem pelos produtores e frigoríficos.
No segundo semestre vieram os custos elevados, devido à alta de preços de milho e farelo de soja. Apesar dessa situação adversa, o setor termina o ano com perspectiva melhor do que esperava.
Ucrânia e Hong Kong substituíram Rússia e Argentina e os preços reagiram, ajudados ainda pelo consumo interno.
A avaliação é de Pedro de Camargo Neto, presidente da Abipecs (Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína).
O próximo ano poderá ser melhor ainda. A grande aposta é a abertura do mercado japonês, o principal importador mundial de carne suína. Só neste ano, as importações do país deverão somar 1,3 milhão de toneladas, 13% das exportações mundiais.
Além disso, as vendas para a China poderão crescer, e a Rússia, elevar o número de frigoríficos aptos a exportar.
Esses mercados são importantes porque remuneram melhor a carne do que Ucrânia e Hong Kong, países que não deverão sair, no entanto, da mira dos exportadores.
A produção nacional de carne suína subiu para 3,5 milhões de toneladas neste ano. Já as exportações serão de 580 mil toneladas. Houve uma reação das vendas nos meses de setembro e de outubro. A queda nos preços externos, no entanto, faz as receitas recuarem 4,5% no ano.
Para 2013, Camargo Neto espera um aumento tanto no volume como nos preços da carne exportada.
Veículo: Folha de S.Paulo