O aumento do abate de matrizes bovinas tem contribuído para elevar a oferta de carne no mercado.
O aumento do abate de matrizes bovinas tem contribuído para elevar a oferta de carne no mercado interno, mesmo em período de entressafra. O maior volume disponibilizado para o mercado tem feito com que os preços pagos pelo boi gordo, em Minas Gerais, fiquem estáveis com tendência de queda. Nem mesmo o aumento da demanda, com a aproximação das festas de fim de ano, tem conseguido alavancar o mercado.
De acordo com o analista da Scot Consultoria Renato Fagundes Bittencourt, historicamente, na média dos últimos 10 anos, em dezembro os preços do boi gordo ficam em torno de 2% a 5% inferiores quando comparados com novembro. Isto ocorre pela chegada de animais de pasto no mercado, o que em 2012 ainda não foi observado.
"Mesmo com a retomada das chuvas ainda não houve recuperação significativa das pastagens, isso ocorre pelas precipitações estarem irregulares. A expectativa é de que a oferta de animais de pastagem aumente nas próximas semanas. Este ano, a estabilidade do mercado é justificada pelo maior abate de fêmeas bovinas, uma vez que os preços do boi gordo se mantiveram em queda no ano, o que incentiva a redução do rebanho", disse Bittencourt.
Segundo os dados da Scot Consultoria, na primeira semana de dezembro a arroba do boi gordo foi comercializada, na região do Triângulo, a R$ 93 para o pagamento à vista e a R$ 95, no pagamento a prazo, os preços se mantiveram estáveis quando comparados com a última semana de novembro.
"Após novembro de 2010, quando foi registrado o preço recorde da arroba, que chegou a R$ 115, os valores pagos pela arroba do produto estão queda. Isto acontece pelo ciclo da pecuária que leva em média 10 anos. Quando os valores entre 2009 e 2010 se mantiveram em alta, o abate de matrizes foi reduzido, o que contribui para o aumento do rebanho. Em 2011, os preços começaram a reduzir, com a maior oferta de carne, e o mesmo aconteceu neste ano. Diante da situação, os pecuaristas optam pelo abate das fêmeas favorecendo o controle da oferta", disse.
Estabilidade - A tendência de estabilidade dos preços da arroba do boi gordo também foi observada pelos técnicos da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG).
O levantamento da entidade mostrou que entre os dias 29 de novembro e 5 de dezembro apesar da pressão de baixa, e contrariando as expectativas de recuperação, os preços pagos pela arroba do boi gordo se mantiveram estáveis.
Em Minas Gerais, a maioria dos negócios permaneceu entre R$ 93 e R$ 95 por arroba. Pouca alteração em relação ao ano de 2012 (janeiro a novembro) que apresentou cotações entre o mínimo de R$ 86 e R$ 87, registrada entre maio a agosto e o máximo de R$ 92 e R$ 94, observado entre setembro e novembro.
Segundo Safras & Mercado, em 4 de dezembro as cotações do boi gordo, preços livres para o pecuarista e a prazo, indicam para dezembro a arroba sendo negociadas a R$ 97 em São Paulo; R$ 94 em Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso do Sul; e entre R$ 89 e R$ 90 no Mato Grosso.
O mercado futuro de boi gordo fechou as operações com preços predominantemente em baixa na BM&FBovespa, em 4 de dezembro. O contrato dezembro de 2012 ficou em R$ 95,89 por arroba, janeiro 2013 fechou em R$ 95,22, e o contrato maio de 2013 encerrou em R$ 95,03, por arroba.
Veículo: Diário do Comércio - MG