Está mudando a forma de produzir carne no Rio Grande do Sul, combinando cada vez mais o boi com a soja. A agricultura está ocupando áreas tradicionais de pecuária - há 615 mil hectares em novas plantações de soja no Estado -, mas isso não impede que se crie animais no mesmo campo. Esta é uma das principais conclusões dos encontros do Fórum Permanente do Agronegócio - De Onde Virão os Terneiros?, organizado pela Federação da Agricultura-RS. Diversos técnicos palestrantes, entre os quais o economista do Sistema Farsul, Antônio da Luz, demonstraram que a integração com as lavouras vai cada vez mais tocar aos produtores dedicados à terminação, enquanto os pecuaristas “clássicos” vão se focar na produção de terneiros, de olho em preços que vão melhorar na mesma proporção da qualidade das crias. Luz observa, porém, que para conquistar os “mercados prime” (União Europeia, América do Norte, Japão) e deixar de competir com a Índia por preços mais baixos no Oriente Médio e África, a especialização de algumas propriedades em produção de crias é o caminho a ser seguido no Rio Grande do Sul.
Agricultura x Indústria
Dentro do tema agricultura versus indústria, o presidente da Abimaq, Luiz Aubert, faz uma reflexão sobre por que a agricultura dá certo no Brasil e a indústria de transformação vive um de seus piores momentos, com perda de competitividade, invasão de produtos importados e, consequentemente, um avassalador processo de desindustrialização. Ele mesmo responde: “Porque existe uma política agrícola por parte do governo federal e não existe uma política industrial”.
Veículo: Jornal do Comércio - RS