Peixarias preveem alta nas vendas

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Isso porque, ao contrário do Dia das Mães, no próximo domingo as refeições costumam ser feitas em casa.

As peixarias de Belo Horizonte aguardam com ansiedade o Dia dos Pais, comemorado no próximo domingo. Isso porque, enquanto no Dia das Mães as famílias normalmente preferem celebrar a data com uma refeição em um restaurante especial, nesse dia as refeições costumam ser feitas em domicílio, o que anima também os comerciantes especializados em peixes e frutos do mar. Dados da Junta Comercial do Estado de Minas Gerais (Jucemg) apontam que o Estado conta com 2.661 estabelecimentos registrados. Entre os tipos mais procurados nas bancas, destacam-se o dourado, salmão, surubim e tilápia.

O gerente da Peixaria Mineira, estabelecimento localizado na Praça do Peixe, no bairro Bonfim, região Noroeste da Capital, espera que as vendas de agosto sejam 10% superiores às de julho, não apenas devido ao Dia dos Pais, mas também do fim das férias escolares. Entretanto, em relação a idêntico período do ano passado, a demanda deve se manter estável. Com a celebração, ele espera recuperar parte da retração acumulada durante a primeira metade deste exercício, quando as vendas foram 23% inferiores às do exercício passado.

De acordo com ele, a crise econômica internacional e a inflação em alta afetam ainda mais o bolso, já endividado, do brasileiro. "A maioria comprou recentemente imóveis, carros, motos e outros bens de maior duração e agora têm muitas prestações para pagar", explica o gerente-geral, Evere Lanes. Dessa maneira, ele ressalta a necessidade das famílias reduzirem alguns custos, inclusive com alimentação, preferindo carnes mais baratas a peixes. Os tipos mais demandados na Peixaria Mineira é o dourado, surubim e tilápia, comercializados a um valor de R$ 19 a R$ 30. A mercadoria chega, principalmente, do Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo.

Na peixaria São Francisco, com duas unidades, sendo uma também na Praça do Peixe e a outra na Feira dos Produtores, no bairro Cidade Nova, região Nordeste de Belo Horizonte, as vendas neste mês devem ser de 25% a 30% superiores em relação a um período sem datas comemorativas. Com o intuito de se preparar para receber a clientela, a empresa reforçou os estoques. Para atender especificamente à alta demanda esperada para esta semana, o estabelecimento adquiriu 700 quilos de peixe, 200 quilos a mais em relação às compras feitas habitualmente.

A avaliação do proprietário, Francisco Baptista de Mello, em relação ao desempenho dos negócios está de acordo com a de Lanes. "No início do ano, o comércio estava muito parado, mas agora temos boas perspectivas de melhora", argumenta. No local estão entre as espécies preferidas do público, como o filé de salmão fresco, vendido a R$ 55 o quilo; filé de salmão congelado, R$ 35; surubim em posta R$ 33 e tilápia R$ 31. Da receita total da empresa, 60% é resultado das vendas no atacado e os outros 40% do varejo.

Apesar da conjuntura econômica delicada, Mello acredita que ela não deve afetar o negócio, que existe há 70 anos e está na quarta geração da sua família. "Aqui, fazemos um esforço de fidelizar os clientes e limpamos os peixes na hora. Já nos supermercados, não há profissionais para instruir o consumidor e falar sobre o produto. Além disso, compramos as mercadorias semanalmente, ou seja, os peixes estão sempre frescos, enquanto as grandes redes supermercadistas trabalham com produtos válidos por um ano", argumenta.

Ao contrário das outras peixarias, a Cia do Camarão, também localizada no bairro Bonfim, observa até agora variação positiva de 15% em 2013 sobre o acumulado no ano passado. A gerente, Raquel Duarte Campos, relaciona o crescimento a ações de divulgação dos produtos e ao esforço da mídia e do governo, que estimulam cada vez mais o peixe na alimentação, em decorrência do seu elevado valor nutricional. Apesar de não revelar a quantidade comercializada mensalmente, Raquel Campos afirma que os tipos mais procurados são também aqueles com valor mais acessível, como o gurujiba fresco e o linguado espanhol.

Quem também diz estar com as vendas em alta é o proprietário do Armazém do Mar, estabelecimento localizado no bairro Vila Oeste, na região Oeste da Capital. A empresa, há 10 anos no mercado, consegue manter anualmente um crescimento médio de aproximadamente 10% nas vendas, apostando em uma equipe qualificada, treinada para conquistar um número ainda maior de consumidores. Entre os produtos mais procurados, o proprietário, Alessandro Barroso, destaca a merluza e o salmão.



Veículo: Diário do comércio - MG


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