Minerva prevê crescer entre 15% e 20% este ano

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A Minerva Foods estima que seu faturamento bruto crescerá entre 15% e 20% em 2013 em relação ao ano passado e alcançará de R$ 5,4 bilhões a R$ 5,6 bilhões. Em 2012, foram R$ 4,7 bilhões, e no primeiro semestre deste ano o valor chegou a R$ 2,6 bilhões. Conforme o presidente da empresa, Fernando Galletti de Queiroz, o incremento é puxado tanto pelo crescimento dos abates de bovinos quanto das vendas de carne produzida por terceiros.

O cenário traçado para as vendas encontra respaldo na demanda, que continua aquecida, sobretudo no exterior. Daí porque os preços do boi gordo estão firmes, avalia Fabiano Tito Rosa, gerente de pesquisa de mercado da Minerva, e não por conta de um eventual arrefecimento do atual ciclo de oferta positivo para os frigoríficos, com maior oferta de animais prontos para o abate.

"Se estou em um ano de oferta elevada, por que preços encontraram sustentação? Porque a demanda está muito forte. Não é problema de oferta. Tivemos produção recorde", disse o analista em evento promovido ontem pela empresa em Barretos, no interior paulista.

A expectativa de Rosa é que os abates de bovinos no Brasil cresçam 11% neste ano. "Vai ser o recorde de abates no país", previu. O boi gordo representa cerca de 80% dos custos de produção de um frigorífico. A Minerva Foods é a terceira maior processadora de carne bovina do Brasil, atrás de JBS e Marfrig.

E, se a demanda externa pela carne bovina brasileira já está aquecida, a suspensão das vendas do promotor de crescimento Zilmax pela Merck nos Estados Unidos, anunciada na sexta-feira, poderá elevá-la ainda mais, já que a competitividade americana tende a diminuir.

"Os EUA enfrentam um sério problema de competitividade. Eles já são altamente dependentes de grãos. Adicionalmente, estão enfrentando problemas com a questão dos beta-agonistas [grupo que inclui o Zilmax]", afirmou Rosa.

Na semana retrasada, a Tyson Foods, que responde por 26% dos abates de bovinos nos EUA, informou que não comprará mais bovinos tratados com o promotor de crescimento, sob a alegação de que os animais que utilizaram o produto tinham dificuldade de locomoção. Os beta-agonistas são largamente utilizados nos Estados Unidos.

Questionado sobre o uso de beta-agonistas no Brasil, onde as vendas estão suspensas, Rosa reafirmou a posição contrária dos frigoríficos até que o país tenha um sistema de segregação confiável.

Se colabora para estimular ainda mais a exportação, a alta do dólar, em contrapartida, dificulta a tarefa da companhia de reduzir seu índice de alavancagem (relação entre dívida líquida e Ebitda). No fim do segundo trimestre, esse índice ficou em 3,31 vezes. O diretor financeiro da Minerva Foods, Edson Ticle, afirma que a empresa conseguiria atingir a meta antes de 2015 não fosse o câmbio, que eleva a dívida da empresa em reais.



Veículo: Valor Econômico


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