Furlan prevê obter R$ 2 bi com venda de ativos

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Na inauguração da nova fábrica de embutidos em Pernambuco, Luiz Fernando Furlan, não foi enfático em negar ou em confirmar a venda da fábrica da Sadia na Rússia ou o abatedouro de carnes em Minas Gerais, como vem sendo veiculado pela imprensa, mas revelou que a empresa está procurando capitalizar-se com a venda de ativos não-operacionais e operacionais como terrenos, imóveis e áreas de reflorestamento. Com fábricas mais modernas, seis delas ainda não visitadas pelo próprio Furlan, as mais antigas poderão mudar de donos. Com essas vendas, ele estima obter entre R$ 1,5 bilhão e R$ 2 bilhões. A fim de demonstrar saúde financeira, lembrou que nos últimos três anos foram feitos investimentos da ordem de R$ 4 bilhões. "Nosso caixa vai bem. Não tem nenhuma conta de inadimplência", assegurou. Quanto aos prejuízos, que serão divulgados em balanço esta semana, e que, segundo o mercado, poderão chegar a R$ 2 bilhões, os executivos preferiram não comentar.

 

O diretor-presidente da companhia, Gilberto Tomazoni, disse que a empresa já vem percebendo um aquecimento nas exportações, especialmente no Oriente Médio, com uma reação, ainda lenta, em preços e volumes exportados, além de manter em dia os contratos com a Venezuela. "Esperamos a partir de agora, até o final do ano, uma recuperação de preços de comoditties que caíram em toda a nossa cadeia", afirmou o presidente, citando como exemplo a diferença de preço na tonelada de frango. Se antes da crise alcançavam entre US$ 2,2 mil a US$ 2,4 mil a tonelada, estão vendendo agora no vermelho: entre US$ 1,5 mil e US$ 1,4 mil.

 

Fábrica sustentável

 

A empolgação do presidente Lula na inauguração da nova fábrica da Sadia, enaltecendo a coragem do seu ex-ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan de tocar a fábrica apesar da crise econômica, ganhou ainda mais ênfase com a platéia de funcionários, familiares e políticos como o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, ao lado do presidente do Banco do Nordeste do Brasil (BNB), Roberto Smith e do presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, e dos ex-presidentes da Sadia, Osório Furlan, Raul Mena dos Reis e Zoé Oliveira D´Ávila.

 

Mas não foi só coragem. Com 80% das obras concluídas, a diretoria da Sadia chegou a passar cerca de trinta dias para resolver se valia a pena seguir com o investimento que, inicialmente era de R$ 280 milhões e só com recursos próprios. A garantia de um empréstimo de R$ 244 milhões do BNB foi decisiva e acelerada com a liberação, em janeiro, de um empréstimo-ponte de R$ 50 milhões e a previsão de uma segunda parcela, que será contratada esta semana, em breve. Com isso, o investimento passou para R$ 330 milhões, incluindo uma Central de Distribuição de R$ 60 milhões, com 14 mil posições, também em Vitória de Santo Antão. Do total, R$ 90 milhões serão da Sadia.

 

A nova unidade, a primeira do setor de carnes do Brasil a neutralizar 100% das emissões de carbono, fará uso de energia solar e terá autonomia hídrica com a construção de três lagoas para armazenar toda a água de chuva que será tratada e usada na produção e manutenção das instalações que ocupam 16,5 mil metros quadrados.

 

Com quatro linhas de produção, a fábrica começou a funcionar com 120 funcionários, devendo chegar a 400 no meio do ano e a 1.500 quando estiverem em operação suas quatro linhas de produção. A primeira é a de mortadelas que sai com a marca "produzida em Pernambuco" na embalagem - um reforço para a distribuição no Nordeste, seu mercado alvo, escolhido por ser o segundo do País, atrás apenas do Sudeste, no consumo nacional. Com capacidade de produção de 600 toneladas por dia e 147 mil por ano, as próximas linhas são a salsicha, de linguiça cozida e de lanche.

 

Veículo: Gazeta Mercantil


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