Brasil tenta proteger exportações de carne

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OMinistério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) enviará hoje um documento técnico aos principais países compradores de carne suína brasileira, assegurando que não há nenhum risco na importação do produto. O anúncio foi feito ontem pelo ministro Reinhold Stephanes. O documento, segundo o ministro, pretende reforçar a qualidade do sistema de produção de suínos no Brasil e a capacidade sanitária do setor. "Se, eventualmente, alguma decisão tiver de ser tomada, nós estaremos à disposição para conversar sobre o assunto", disse Stephanes.

 

A Rússia, por ser o maior importador do produto (US$ 130 milhões nos três primeiros meses de 2009) será o primeiro país a receber o documento. O ministro não acredita que, por conta da gripe que vem acometendo pessoas em países da América, Europa e Oceania, o Brasil venha a ser impedido de vender o produto e que, em um segundo momento, pode ampliar os embarques para a Rússia. "Estamos em pleno avanço do mercado em termos de exportação de carne suína", comemorou, acrescentando que as exportações cresceram 18%, de janeiro a março de 2009, em comparação com o igual período do ano passado.

 

Mesmo diante da perspectiva positiva, Stephanes prefere ser cauteloso quanto às especulações de mercado. "Nós precisamos aguardar um pouco a evolução da gripe pelo mundo e medir as reações do consumidor". Ao ser questionado se o Brasil encerraria a importação de carne suína com algum mercado devido à doença, Stephanes disse que segue as orientações da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) para que o comércio de carne suína não seja interrompido.

 

A preocupação agora, segundo o ministro da Agricultura, é garantir à população que a carne suína não faz mal. Ele lembrou que, até o momento, não houve notificação de qualquer animal infectado pelo vírus A/H1N1 no mundo e deixou claro não acreditar que o vírus venha a atingir animais no País. Isso porque o sistema de criação existente no Brasil permitiria que eventuais casos em suínos fossem rapidamente isolados. "As nossas plantas são tecnicamente muito avançadas, com muita sanidade em termos de produção", esclareceu.

 

Ele afirmou que, se houver uma crise de confiança em relação ao consumo do produto até a próxima semana convidará o presidente Lula para almoçar carne suína em um restaurante ou preparar um porco no rolete. "Com certeza vamos fazer isso se tivermos uma crise de confiança na carne, mas por enquanto não tem."

 

O ministro também afirmou que, apesar de cada vez mais casos estejam sendo confirmados no mundo, ainda é cedo para dizer que se trata de uma pandemia. "Não existe pandemia, mas não cabe a mim avaliar", desconversou. Ele também evitou dar a palavra final a respeito da nomenclatura correta da doença. Para os produtores brasileiros, a gripe não deve ser adjetivada de suína porque até o momento não há registro da doença nesses animais.

 

"A própria OIE (Organização Internacional de Saúde Animal) recomenda que não se chame de gripe suína. O nome correto é sempre onde surge: gripe espanhola, asiática... Se seguíssemos o padrão, teria de ser chamada pelo lugar onde ela nasceu", argumentou.

 

Questionado a respeito de o governo começar a adotar esse padrão de nomenclatura, o ministro disse: "Não cabe ao governo adotar isso. A OMS (Organização Mundial de Saúde) é que deveria chamar isso, mas não deveria chamar de gripe suína, porque não é. Pra mim, é gripe mexicana", enfatizou.

 

Veículo: Jornal do Commercio - RJ


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