Itaú estima que PIB de 2009 virá com uma retração de 0,2%

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Estudo do Itaú Unibanco sobre o Produto Interno Bruto (PIB) divulgado ontem projeta que o crescimento do PIB de 2009 sofreu uma contração para 0,2%. Os dados oficiais serão revelados amanhã pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mas analistas acreditam que o resultado deve ficar próximo ao zero. Porém, de acordo com a pesquisa denominada PIBIU, como houve um avanço do índice de 2% do terceiro trimestre para o quarto trimestre, é esperado uma expansão da economia brasileira para 2010.

 

"Apesar de o ano passado ter apresentado meses com contração do PIB, nos últimos períodos os resultados cresceram superando o período pré-crise (0,6 ponto percentual acima de setembro de 2008), fazendo com que a expansão do último trimestre atingisse ao maior patamar desde 2007", explicou o economista do banco Aurélio Bicalho, ao apresentar os dados. Foram oito meses de alta e quatro de queda, segundo ele, é justificado pela crise financeira mundial e pelos estímulos econômicos.

 

Para este ano, a pesquisa prevê um crescimento econômico de 6%. "Mas é um ritmo que não deve se sustentar. Em 2011 deve desacelerar para 4,9%", avaliou o economista-chefe do Itaú Unibanco, Ilan Goldfajn.

 

Para Goldfajn, com o crescimento da economia neste ano, junto do aumento inflacionária, que, segundo ele, já dá sinais de forte aceleração, o banco projeta a elevação da taxa básica de juros (Selic) em 0,5 ponto percentual já na próxima reunião, que acontecerá nos dias 16 e 17 de março. Atualmente a taxa Selic está em 8,75%. O economista acredita que a taxa possa encerrar o ano entre 11% e 11,5%, com maior expectativa para o último. "Foi uma surpresa a inflação do primeiro bimestre estar em 2,1%, por isso os juros podem ficar altos. Mas tudo vai depender se a inflação vai ser controlada, com medidas como a do aumento dos compulsórios. Essa por exemplo, evitou que o Banco Central (BC) pudesse aumentar ainda mais a Selic em 2010", alertou.

 

Sobre a inflação, o economista-chefe do banco espera que o IPCA fique em torno dos 4,9% - o valor é o esperado pelo mercado, segundo relatório Focus, divulgado pelo BC -, mantendo essa alta até 2011, quando deve fechar a 4,6%. "Volta do índice dentro do centro da meta, acredito que veremos somente em 2011", apontou. A meta do IPCA para este ano é de 4,5%.

 

Análises

 

Agregadas ao crescimento de 2% do quarto trimestre de 2009, a oferta e a demanda apresentaram como fatores preponderantes à expansão da aceleração industrial e os investimentos totais. De acordo com Bicalho, a indústria avançou 2,5% no período contribuindo para a oferta. O setor de serviços também foi importante, mas com menor destaque, cuja alta menor foi de 0,8%. "Já a agropecuária, com safras agrícolas mais fracas, apresentou retração, com queda de 0,4% do terceiro para o quarto trimestre."

 

Com relação aos investimentos, a formação bruta de capital fixo, que cresceu 7,1% no período analisado, contribui para o crescimento do PIB mensal, segundo o PIBIU. "Isso torna o crescimento econômico mais sólido no médio e longo prazos", analisou Bicalho. O consumo das famílias subiu para 1,4% e os gastos do governo avançaram 1,2%, no período. As exportações apresentaram "forte expansão" (2,8%) no quarto trimestre. Porém as importações, registraram melhor desempenho, com alta de 8,5%. "Reflexo da demanda doméstica que segue em ritmo forte", completou.

 

Por regiões

 

Uma das novidades dessa recente pesquisa mensal foi a avaliação do crescimento econômico por regiões. "O mais importante foi que todas as regiões apresentaram expansão persistente e homogênea com taxas próximas aos 2%", analisou Bicalho.

 

Os estados com maior destaque foram São Paulo, cujo PIB cresceu 2,1% no quarto trimestre, Rio de Janeiro, com alta de 1,8%, Minas Gerais (1,9%) e Rio Grande do Sul (2,1%). Na região nordestina, a aceleração econômica, no período, foi de 1,8%.

 

Entretanto, algumas regiões mostraram desaceleração do terceiro para o quarto trimestre. É o caso do Amazonas, que caiu de alta de 3% para alta de 0,7%, Pará, passando de 2,2% para 1%, e Goiás com 0,8%, ante alta 2,5% no trimestre anterior.

 

Segundo Bicalho, o comportamento regional baseou-se em dados obtidos atividade produtiva, vendas no varejo e empregos com relação ao PIB. Com relação ao emprego formal, todas as regiões apresentaram crescimento. Essa análise deve continuar nos próximos balanços.

 

Estudo do Itaú Unibanco sobre o Produto Interno Bruto (PIB), divulgado ontem, divulga que a economia brasileira em 2009 sofreu retração de 0,2%. Os dados oficiais serão revelados amanhã pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

 

A pesquisa, denominada PIBIU, mostra também que houve um crescimento de 2% no PIB do quarto trimestre, em relação ao terceiro trimestre do ano passado. Por isso, o banco espera que a economia brasileira registre um crescimento de 6% este ano. "Mas é um ritmo que não deve se sustentar. Em 2011 deve desacelerar-se para 4,9%", avaliou o economista-chefe do Itaú Unibanco, Ilan Goldfajn.

 

O banco projeta também que a inflação oficial, medida pelo IPCA, fique em 4,9% em 2010, voltando ao centro da meta de 4,5% só em 2012.

 

Veículo: DCI


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