Com a piora na crise europeia, analistas começam a questionar se o Banco Central tomará decisão tão rigorosa quanto se esperava.
O mercado já trabalhava com a perspectiva de elevação da taxa básica de juros, a Selic, entre 0,75 ponto percentual e um ponto percentual na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central, no dia 15 de junho.
Com as incertezas acerca do impacto das turbulências sobre a atividade no Brasil, a decisão do BC torna-se mais delicada. A crise, porém, não terá o peso do caso Lehman Brothers, pelo menos pelo que se deslumbra até agora, segundo analistas.
Não há sinal de ruptura do fluxo interbancário, como ocorreu em 2008.
"A situação de Portugal e Espanha não parece tão grave quanto a da Grécia", afirma Francisco Pessoa, da LCA Consultores.
No cenário doméstico, permanecem sinais de pressão inflacionária. Para Pessoa, que já estimava aumento de 0,75 ponto percentual, a decisão da autoridade monetária deverá ser nesse patamar.
Alexandre Schwartsman, economista-chefe do banco Santander, diz que o BC não irá mudar a sua trajetória.
"Há uma clara piora do cenário inflacionário, para 2010 e 2011. O BC elevará os juros em 0,75 ponto percentual e continuará em passos contínuos e em muitos passos."
Veículo: Folha de S.Paulo