Importação para o Natal faz déficit da balança aumentar

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A aproximação das festas de final de ano em conjunto com o real desvalorizado fez com que a balança comercial da terceira semana de novembro tivesse saldo comercial negativo de US$ 663 milhões e média diária de menos US$ 165,8 milhões.

 

No período em análise, as exportações brasileiras chegaram a US$ 3,268 bilhões, com média por dia útil de US$ 817 milhões, e as importações a US$ 3,931 bilhões, com média diária de US$ 982,8 milhões. Como consequência, a corrente de comércio fechou a semana em US$ 7,199 bilhões (média diária de US$ 1,799 bilhão).

 

"Este resultado deu-se porque o Brasil é muito competitivo no setor de commodities agropecuárias, setor em que temos muito domínio tecnológico, somos muito competitivos e há demanda mundial, o que nos habilita a entrar no mercado a despeito do câmbio", afirma Rogério César de Souza, economista-chefe do Iedi.

 

De acordo com Rogério Giannetti, diretor do departamento de Relações Internacionais e de Comércio Exterior da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), a participação da indústria no PIB nacional será de 15,9% em 2010, sendo que em 1985 o percentual era de 27,2%.

 

"A perda de competitividade da indústria nacional, que geraria esse recuo do peso na economia, pode ser verificada pelo aumento das importações e redução das exportações de manufaturados. O Brasil deverá registrar déficits recordes na balança comercial nos próximos anos", argumenta Giannetti.

 

No acumulado do mês, o saldo comercial foi positivo em US$ 662 milhões (média diária de US$ 50,9 milhões). Considerando esse critério, o resultado é 45% menor que o registrado em outubro último (média diária de US$ 92,7 milhões) e 66,7% maior que o de novembro de 2009 (média diária de US$ 30,6 milhões). A corrente de comércio foi de US$ 23,554 bilhões, com média diária de US$ 1,811 bilhão.

 

No período, as exportações chegaram a US$ 12,108 bilhões, com média diária de US$ 931,4 milhões. Na comparação com o último mês, que teve média diária de US$ 919 milhões, o resultado foi positivo em 1,3%, devido ao aumento nas vendas de produtos semimanufaturados (+11,1%), enquanto que os manufaturados e os básicos retrocederam 0,8% e 0,2%, respectivamente.

 

Enquanto cresceu 47,2% em relação ao mês de novembro do ano passado, que teve média de US$ 632,7 milhões nas exportações, em razão dos aumentos nas vendas das três categorias de produtos: básicos (86,4%); semimanufaturados (46,5%, de US$ 102,1 milhões para US$ 149,6 milhões); e manufaturados (20,9%, de US$ 294,9 milhões para US$ 356,4 milhões).

 

Na análise entre as semanas, a média das exportações da 3ª semana chegou a US$ 817,0 milhões, 16,8% inferior à média de US$ 982,2 milhões até a 2ª semana, em razão da retração das vendas das três categorias de produtos: semimanufaturados (-53,2%), básicos (-15,1%) e manufaturados (-2,1%).

 

Também houve crescimento nas importações, que fecharam as três primeiras semanas de novembro em US$ 11,446 milhões e média diária de US$ 880,5 milhões. Considerando esse resultado médio diário, as importações cresceram 6,5% em relação a outubro deste ano e 46,2% na comparação com novembro de 2009. Na análise entre a segunda semana e a terceira semana, houve crescimento de 17,7%.

 

No acumulado do ano, o superávit foi de US$ 15,283 bilhões, com resultado médio diário de US$ 69,2 milhões.

 

Na comparação pela média diária, o número foi 32,8% menor que o registrado no mesmo período do ano passado, que teve média diária de US$ 103 milhões.

 

Nas exportações, o resultado do ano foi de US$ 175,417 bilhões, com média diária de US$ 793,7 milhões, enquanto nas importações foi de US$ 160,134 bilhões e média de US$ 724,6 milhões por dia útil. A corrente de comércio foi de US$ 335,551 bilhões, com média diária de US$ 1,518 bilhão.

 

Em relação ao mesmo período do ano passado, que teve média diária de US$ 606,6 milhões nas exportações e de US$ 503,6 milhões nas importações, houve aumento nas duas operações. Na comparação pela média diária, as exportações cresceram 30,8% e as importações, 43,9%.

 


Veículo: DCI


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