Os paulistas terão mais R$ 5,1 bilhões para gastar ao longo de 2011. O montante resulta do aumento da participação de São Paulo no consumo nacional, de 29,14%, em 2010, para 29,35% ao longo deste ano, quando o estado contabilizará consumo anual total (urbano mais rural) de R$ 719,6 bilhões. É o que prevê o indicador da potencialidade de consumo nacional (IPC Maps), calculado anualmente pela IPC Marketing Editora, com base em informações dos 5.565 municípios do País.
O estudo estima que a população do Brasil chegará a 193.074.798 habitantes e que o consumo total dessas pessoas somará R$ 2,451 trilhões em 2011. É um crescimento real de 4,1% na comparação com o ano passado. "Esse crescimento de consumo no País é menor que o crescimento econômico (estimado para bater em 4,3%). Poderia ser melhor, levando-se em conta todo o cenário", disse o diretor da editora e responsável pelo IPC Maps, Marcos Pazzini.
São Paulo, com os números projetados, se descola do recuo que a pesquisa prevê para a participação da região Sudeste no consumo nacional, de 52,7% em 2010 para 52,2% neste ano. A perda foi puxada essencialmente pelo Rio de Janeiro, com queda, na mesma base de comparação, de 11,59% para 10,97%. É uma queda de R$ 15,2 bilhões no bolso dos consumidores cariocas, explicou Pazzini.
Rio de Janeiro – Apesar disso, o Sudeste deverá se manter na liderança do ranking regional do indicador. No caso do recuo do montante a ser gasto no Rio de Janeiro, segundo análise de Pazzini, "talvez a migração social, lá, tenha sido menor. Em São Paulo ela foi maior que a média de outros estados", comparou ele.
Segundo a pesquisa, as demais regiões do País terão crescimento de consumo, com destaque para o Centro-Oeste e Sul – neste caso, com retomada participação nos gastos totais, em processo de perda para o Nordeste desde 2008. Ainda assim, ressalta Pazzini, a região nordestina se manterá como a segunda no ranking regional apurado pelo IPC Maps.
O executivo destacou que o estudo ratifica o movimento migratório do consumo, tanto do ponto de vista regional (saindo do Sul-Sudeste para o Centro-Oeste e Nordeste do País), quanto das capitais para o interior dos estados. Algo semelhante ao que acontece no âmbito mundial, entre países desenvolvidos e emergentes.
"O potencial de consumo crescerá no Nordeste, hoje com grande concentração da Classe C", comentou Pazzini.
De acordo com as estimativas da versão 2011 do IPC Maps, "está consolidada a importância da classe C" no consumo total do País, mesmo segmentada em C1 (que juntamente com a classe B2 compõe a classe média) e C2 (no grupo de baixa renda, juntamente com a D, e E).
Classe C – Segundo o estudo, a classe C, com 49,3% dos domicílios brasileiros, responderá por 29,6% do consumo do País, algo como R$ 690 bilhões, um poder de compra 19% superior ao registrado no ano passado.
Atualmente, segundo Pazzini, a migração social já fortalece mais a classe B, do que a C. Acompanhar a dinâmica desses movimentos é muito importante para o planejamento das empresas na oferta de produtos e serviços (confira no quadro com as estimativas de consumo por categoria).
No consumo urbano nacional, acrescenta o executivo, a classe B deterá 46,4% dos gastos, índice que no caso do Estado de São Paulo deverá chegar a 50,1%. No Nordeste, comparou Pazzini, esse potencial, para 2011, é de 37,4% (ante 42,1% da classe C).
"Esses números do Nordeste são equivalentes ao que se tinha em outras regiões do País há três anos. Isso quer dizer que quando a população nordestina começar a migrar para a classe B, o crescimento de consumo será muito significativo", disse o especialista Marcos Pazzini.
Capital tem menor participação
Os indicadores do IPC Maps para a Capital paulista ratificam a tendência de descentralização do crescimento econômico.
A participação dos paulistanos no consumo nacional, que já bateu na casa dos 13%, segundo explica Marcos Pazzini, deverá recuar, na comparação 2010/2011, de 9,64% para 9,49%.
O estudo mostra que os 50 maiores municípios do País responderão por 44% do consumo dos brasileiros em 2011, ante 45,8% registrados no ano passado.
A Capital paulista lidera em participação, com 9,49%, seguida pelo Rio de Janeiro (5,41%). Na relação de locais com crescimento acima de 1% ainda figuram as cidades de Brasília (1,97%); Belo Horizonte (1,9%), Curitiba e Salvador (1,56%); além de Porto Alegre (1,4%); e Fortaleza (1,22%).
Veículo: Diário do Comércio - SP