Sistema digital entra em operação a partir de hoje e instituições terão 60 dias para se adaptar às mudanças.
Os cheques passarão a ser compensados em até dois dias em julho, segundo informou ontem a Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Atualmente, dependendo da localidade, a compensação pode demorar até 20 dias úteis.
A mudança ocorre devido à implantação da compensação digital, que irá substituir o procedimento físico. Essa mudança será implantada a partir de hoje e os bancos terão 60 dias para adaptação ao novo sistema.
Com a compensação digital, os cheques não serão mais transportados entre os bancos. Atualmente, o banco ao receber um cheque envia o documento para a câmara de compensação do Banco do Brasil (BB). O BB, por sua vez, faz o encaminhamento dos cheques às instituições financeiras de origem do documento para averiguação de saldo em conta corrente e conferência de assinatura, data, preenchimento de valor etc. Somente após esse procedimento é que a compensação é feita - o que pode demorar quase um mês.
No novo processo, o banco irá capturar as informações do cheque por meio de código de barras e imagem. Essas informações serão enviadas para o BB, em um único arquivo, que irá processá-lo e e enviá-lo ao banco de origem. O cheque em papel ficará no primeiro banco, sem a necessidade de haver o transporte.
Cheques de até R$ 299,99 serão compensados em dois dias; para valores acima de R$ 300, a compensação irá demorar apenas um dia.
No novo processo, banco irá capturar informações do cheque por meio de código de barras e imagem
A Febraban afirma que o procedimento é mais seguro, porque reduz a possibilidade de clonagem, extravio, perdas e roubo dos cheques. "Esperamos uma forte redução na clonagem e falsificação nos cheques que proporcionaram, em 2010, um prejuízo estimado em R$ 1,2 bilhão para o comércio e de R$ 283 milhões para os bancos", afirmou o diretor adjunto de Serviços da entidade, Walter Tadeu de Faria.
Ainda não há um cálculo definido sobre os custos de implantação do sistema já que cada banco escolheu seu fornecedor e modelo de operação, que pode ser digitalização na própria agência ou centralizada em outro espaço. Nem mesmo o Banco do Brasil, que é o banco centralizador das compensações, tem como definir os gastos, porque a rede privada de telecomunicações com as outras instituições está em atualização permanente.
O procedimento irá eliminar cerca de mil roteiros terrestres e 50 aéreos, usados hoje para transportar os documentos, gerando economia de R$ 100 milhões por ano, segundo Dario Antonio Ferreira Neto, do Comitê de Transporte Compartilhado de Malote da Febraban. (FP)
Veículo: Diário do Comércio - MG