Comércio varejista desacelera e calote cresce

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Dados da Associação Comercial de SP indicam mudança de tendência após o Dia das Mães

 

O calote cresceu e as vendas do comércio varejista desaceleraram após o Dia das Mães, sinal de que as medidas para conter o consumo baixadas em dezembro começaram a surtir efeito.

 

Isso é o que mostram os dados da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Em maio, até o Dia das Mães, as vendas a prazo cresceram 7,2% na comparação anual. Na primeira quinzena, a taxa de variação anual tinha recuado para 5,5% e fechou o mês com alta de 4%,com um dia útil a mais neste ano. Se for considerado o mesmo número de dias úteis, as vendas no crediário ficaram estáveis em maio em relação ao mesmo mês de 2010.

 

Nas compras quitadas com cheque à vista ou pré-datado, também houve desaceleração, porém num ritmo bem menor. Até o Dia das Mães, as consultas para o cheque cresceram 10,2% em maio deste ano em relação a igual período de 2010. Na primeira quinzena do mês, essa taxa de variação anual tinha recuado para 6,8% e esse porcentual se manteve no encerramento de maio, com um dia útil a mais. Levando em conta o mesmo número de dias úteis, o acréscimo anual foi de apenas 2,7% em maio.

 

"Agora o varejo começou a esfriar", afirma o economista da entidade, Emílio Alfieri.

 

Varejistas de bens duráveis dizem que já sentiram desaceleração no ritmo de compras depois do Dia das Mães. Esse tem sido o argumento usado pelo comércio para rechaçar aumentos de preços entre 8% e 9% pedidos este mês pelos fabricantes de geladeiras, fogões e máquinas de lavar.

 

Outro impacto do aperto do crédito apareceu na inadimplência. O volume de carnês com prestações em atraso acima de 30 dias aumentou 8,2% em maio na comparação anual, enquanto a quantidade de crediários atrasados renegociados cresceu 0,2% no mesmo período. A inadimplência líquida, que é o saldo entre carnês inadimplente e renegociados em relação às vendas de três meses anteriores, atingiu em maio 8,1%, ante 6,6% em igual mês de 2010.

 

Confiança. Os esforços do governo para desaquecer a economia surtiram efeito na confiança dos empresários do comércio, que ficaram menos otimistas em maio. Embora o setor espere aumento nas vendas em 2011, a perspectiva sobre a economia do País piorou, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

 

O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) recuou para 127,8 pontos em maio, uma queda de 2% na comparação com abril, após já ter caído 0,7% na leitura anterior. Segundo Fábio Bentes, economista da CNC, a queda confirma a expectativa de desaceleração do setor.

 


Veículo: O Estado de S.Paulo


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