Juros ao consumidor sobem pela 3ª vez seguida

Leia em 2min 50s

Maior elevação foi registrada no cheque especial, cuja taxa mensal atingiu 8,12% ao mês; perspectiva é de que o custo do crédito continue em alta

 

Pelo terceiro mês seguido, as taxas médias de juros cobradas dos consumidores aumentaram em maio e atingiram o maior nível desde junho de 2010: 6,87% ao mês ou 121,96% ao ano, com alta mensal 0,88%, mostra pesquisa da Associação Nacional dos Executivos de Finanças. A maior elevação foi no cheque especial, que subiu 1,88%. Em abril a taxa do cheque especial estava em 7,97% ao mês e atingiu 8,12% em maio.

 

"A alta dos juros cobrados do consumidor e da taxa básica de juros (Selic) deve continuar até julho", prevê o vice-presidente da Anefac, Miguel Ribeiro de Oliveira. Ele argumenta que, apesar da desaceleração da inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de maio, ela não está totalmente controlada.

 

Por isso, diz ele, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, deve elevar hoje a Selic em 0,25 ponto porcentual, na reunião que termina hoje. Com isso, os custos dos financiamentos para empresa e consumidor devem continuar pressionados nos próximos meses.

 

A pesquisa mostra que, das seis linhas de crédito ao consumidor pesquisadas em maio, os juros subiram em todas, exceto no cartão de crédito, que manteve os encargos em 10,69% ao mês ou 238,30% ao ano. Ribeiro de Oliveira explica que os encargos nessa linha foram mantidos porque a taxa é a mais alta em relação a outras linhas de financiamento.

 

Já no caso das empresas, houve elevação de juros nas três linhas de crédito pesquisadas, com destaque para a conta garantida, que é uma espécie de cheque especial para empresas. Nessa linha, a taxa mensal subiu 2,50% de abril (5,60%) para maio (5,74%). Na média das três linhas para pessoas jurídicas, os juros aumentaram 1,77% no último mês, de 3,96% para 4,03%,

 

Medidas. Ribeiro de Oliveira diz que a elevação dos juros não surpreendeu porque reflete as medidas tomadas nos últimos tempos para conter o consumo e segurar a inflação que agora estão aparecendo nas taxas de juros cobradas de consumidores e empresas. Ele cita como exemplos o aumento dos depósitos compulsórios dos bancos determinado em dezembro do ano passado e a elevação do requerimento de capital das financeiras e bancos nas operações de crédito a pessoas físicas com prazos superiores a 24 meses.

 

Além dessas medidas, o Banco Central aumentou em 1,25 ponto porcentual a taxa básica de juros desde janeiro e subiu o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para captações externas e compras no cartão de crédito feitas no exterior.

 

Ao contrário do que se supunha, a apesar de todo esforço do governo para esfriar o consumo, bancos e financeiras continuam otimistas em relação ao crédito e não alteraram os prazos médios e máximos de financiamento ao consumidor.

 

Desde janeiro deste ano os prazos estão inalterados. No caso de veículos, o prazo máximo é de 60 meses e o médio está em 40 meses. Nas demais linhas de crédito a pessoas físicas, o prazo máximo é de 24 meses e o médio, de 12 meses.

 


Veículo: O Estado de S.Paulo


Veja também

Inflação perde ritmo, mas alimento sobe

IPCA, o índice oficial, desacelera de 0,77% em abril para 0,47% em maio, mas a taxa acumulada em 12 meses sobe pa...

Veja mais
Alta nos custos afeta pequena empresa

Companhias de menor porte são penalizadas por não conseguirem estocar grande quandidade de insumos. &nbs...

Veja mais
Mercado brasileiro é o mais atrativo para o varejo

Não é novidade que o mercado internacional está de olho no Brasil, mas a A.T. Kearney divulgou onte...

Veja mais
Cresce endividamento entre jovens brasileiros

Com o aumento das compras, facilitadas pelos meios de pagamento cada vez mais flexíveis, o número de deved...

Veja mais
Medidas devem impactar os negócios no 2º semestre

O comércio deve começar a sentir os efeitos das medidas macroprudenciais adotadas pelo governo federal, co...

Veja mais
Melitta Brasil cresce 11% e se consolida como 2º maior mercado do grupo no mundo

A Melitta do Brasil alcançou, em 2010, seu oitavo ano consecutivo de crescimento. A empresa registrou o faturamen...

Veja mais
Ritmo de encomendas cai e estoques crescem no segundo trimestre

Indústria já sente os efeitos das medidas de contenção do crédito adotadas pelo gover...

Veja mais
Preços do varejo paulista acumulam alta de 5,2% nos últimos 12 meses

O comércio varejista praticado no Estado de São Paulo sofreu alta inflacionária de 1% em abril. A i...

Veja mais
Brasil é o país mais atraente para varejistas

Perspectiva de crescimento do PIB e da renda são chamariz, diz estudo sobre emergentes   O Brasil é...

Veja mais