Apesar de temer a desaceleração do crescimento no setor varejista, a notícia de que a Intenção de Consumo das Famílias (ICF) registrou alta de 3,1 pontos percentuais em junho em relação ao mês anterior é um bom sinal. De acordo com pesquisa realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomércio-SP), o indicador alcançou 137,6 pontos, patamar próximo ao observado no mês de junho de 2010, quando atingiu 137,3 pontos. - Esta é a primeira importante elevação registrada no ano de 2011.
Os dados apurados demonstram que as famílias paulistas estão satisfeitas com sua condição financeira. O motivo pelo qual registrou-se o aumento em junho, segundo mostrou a pesquisa, indica um ajuste natural de satisfação das famílias paulistas, uma vez que no período de dezembro a maio o indicador teve forte queda, de 9,3%. Na avaliação dos resultados semestrais, houve redução de 2,1% da média de pontos do primeiro semestre deste ano contra o segundo semestre do ano passado.
A pressão dos preços e o encarecimento do crédito foram os principais motivos dessa retração no primeiro semestre deste ano.
Queda
O item Renda Atual teve queda de 2%, e o Acesso a Crédito apresentou variação negativa de 4,5%. A retração também foi sentida nos itens Nível de Consumo Atual e Perspectiva de Consumo, com queda de 7,8% e 6,2%, respectivamente. Por outro lado, o item Emprego Atual teve elevação de 1,3%, e Perspectiva Profissional subiu 3,2%. Isso demonstra que o impacto no cenário de preços e juros mais caros atinge fortemente o bolso do consumidor, mas não a sua situação profissional.
Apesar da variação positiva do ICF de 3,1% em junho, esta parece não ser uma reversão da tendência negativa prevista para os próximos meses, uma vez que as variáveis, inflação e taxa de juros, continuam elevadas e influenciam o comportamento do consumidor.
O percentual de famílias endividadas também ficou praticamente estável em junho, em relação a maio, de acordo com dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Em junho, a parcela de famílias brasileiras endividadas ficou em 64,1%; em maio, no entanto, esse percentual era de 64,2%.
Veículo: DCI