Calote ficou em 22,3%; dívidas com cartão, lojas e prestadoras de serviços lideraram
O crédito mais caro e a alta da inflação (que reduz a renda disponível para pagar dívidas) elevaram a inadimplência no primeiro semestre em 22,3% -maior crescimento desde 2002, segundo a Serasa Experian.
O principal aumento ocorreu nas dívidas com cartão de crédito, financeiras, lojas e prestadoras de serviços (telefonia, energia e água) -alta de 62%. Já os atrasos com bancos subiram 7,42%.
Segundo o assessor econômico da Serasa Experian, Carlos Henrique de Almeida, o aumento do calote deve encarecer ainda mais o crédito. "Quem concede crédito passa a ser mais conservador."
Os juros médios no Brasil já subiram de 40,6% ao ano em dezembro para 46,8% em maio devido a medidas adotadas pelo BC (Banco Central) para diminuir a oferta de crédito e controlar a inflação.
A expectativa de Almeida é que a inadimplência cresça em ritmo menor neste terceiro trimestre e volte a cair no fim do ano, quando o pagamento do 13º salário deve ajudar os brasileiros a ajustar as contas.
O economista da LCA Wermeson França também prevê um segundo semestre melhor, pois muitas categorias terão reajuste salarial e a inflação deve ficar mais baixa.
A Folha mostrou na edição de domingo que o BC vai passar a monitorar pequenos tomadores de crédito. O principal objetivo é avaliar melhor o risco que a forte expansão de empréstimos representa para o sistema financeiro, especialmente para bancos de menor porte.
Veículo: Folha de S.Paulo