Inadimplência do consumidor tem maior alta em 9 anos

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O calote do consumidor disparou no primeiro semestre deste ano e cresceu 22,3% em relação a igual período de 2010, segundo o Indicador Serasa Experian de Inadimplência do Consumidor. Essa taxa de crescimento no semestre foi a maior variação para o período em nove anos.

 

Segundo os economistas da Serasa Experian, o aumento da inadimplência no semestre é reflexo dos efeitos da política monetária mais apertada para controle da inflação, com alta dos juros, do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e o encarecimento do crédito.

 

"O consumidor enfrenta uma redução no poder aquisitivo e o crescente endividamento dificulta o pagamento das dívidas assumidas anteriormente", afirma a entidade, em nota.

 

Em junho, a inadimplência das pessoas físicas perdeu fôlego: cresceu 7,9% na comparação com maio, que tinha aumentado 8,2% em relação a abril. Já na comparação anual houve aceleração.

 

Em maio, o acréscimo do calote havia sido de 21,7% em relação ao mesmo mês do ano passado. Em junho, o crescimento anual foi de 29,8%.

 

No mês passado, as dívidas não pagas com bancos foram as que mais contribuíram para aumentar o calote. Quase a metade (46,6%) do índice de inadimplência de 7,9% registrado em junho veio de dívidas bancárias.

 

Já as dívidas não bancárias, que incluem pendências com cartões de crédito, financeiras, lojas em geral e prestadoras de serviços, responderam por 40,7% do indicador e os cheques por 11,2%.

 

Apesar de responder por uma fatia menor, o calote do cheque aumentou 18,9% em junho na comparação com maio.

 

Segundo os técnicos da Serasa Experian, a elevação da inadimplência na modalidade de pagamento ocorreu por causa do maior uso de cheques pré-datados pelos varejistas para escapar dos custos com cartões de crédito, aliviando o consumidor do IOF.

 

O valor médio das dívidas referentes a cheques sem fundos aumentou 7%, de R$ 1.227,82 no primeiro semestre de 2010 para R$ 1.313,97 no primeiro semestre deste ano.

 

No mesmo período, valor médio dos títulos protestados cresceu 14,9%, de R$ 1.156,29 para R$ 1.328,50. Já as dívidas não bancárias (lojas em geral, cartões de crédito, financeiras e prestadoras de serviços como luz e água) caíram 20,2%, de R$ 358,50 para R$ 307,54, enquanto as dívidas bancárias recuaram 2%, de R$ 1.335,17 para R$ 1.307,90.

 


Veículo: O Estado de S.Paulo


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