A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) revisou para baixo suas expectativas de crescimento econômico e produção da indústria para 2011. Antes em torno de 4%, agora a previsão de PIB está em 3,7%, e a projeção da produção industrial, que já chegou a ser de 3,5%, diminuiu para 2,5%, informou o diretor do departamento de pesquisas e estudos econômicos da entidade, Paulo Francini.
Segundo Francini, as revisões foram feitas há dez dias, "sem alarde". "Essa condição adversa para a economia será duplamente adversa para a indústria de transformação", afirmou. Segundo ele, a redução das perspectivas também foi feita em função da deterioração do cenário internacional.
Sobre as perspectivas para a indústria no segundo semestre do ano, Francini disse que não seria surpresa se o índice de emprego do setor calculado pela Fiesp apresente resultado negativo. "Nossa estimativa é que a evolução do emprego na indústria de transformação na segunda metade do ano venha batendo em torno de zero."
O Indicador de Nível de Atividade (INA), que mede o desempenho da indústria de transformação paulista, avançou 0,3% entre junho e julho deste ano, considerando os ajustes sazonais. Na comparação com julho do ano passado, o INA subiu 0,1%, e no intervalo entre janeiro e julho deste ano, na comparação com igual período de 2010, o indicador acumula alta de 2,5%. Nos 12 meses encerrados em julho, acumula aumento de 3,5%.
O levantamento da Fiesp indicou ainda que o nível de utilização da capacidade instalada da indústria paulista, com ajuste sazonal, ficou em 82,7% em julho, o que representou crescimento em relação aos 82,3% registrados em junho, e ligeiro avanço em relação a julho de 2010 (82,2%).
As vendas reais da indústria paulista caíram 0,3% entre junho e julho, já considerando os ajustes sazonais. A pesquisa mostrou ainda que, na comparação com julho de 2010, houve expansão de 2,2%. No período entre janeiro e julho deste ano, na comparação com igual intervalo de 2010, a alta nas vendas reais da indústria de São Paulo foi de 5,8%.
O sensor Fiesp, que mede a percepção dos empresários sobre o momento atual da economia, atingiu em agosto o menor nível desde dezembro do ano passado (47,3 pontos). Em julho, o indicador se situava em 51 pontos. Abaixo de 50 pontos o número indica empresários pessimistas e, acima de 50, otimistas. Todos os componentes do sensor registraram queda entre julho e agosto, exceto investimento, que apontou ligeiro aumento - de 50,6 pontos, para 51,6. "O sensor está nos dizendo que vem tempo ruim à frente", disse Francini.
Veículo: Valor Econômico