O Natal do ano passado apresentou resultados excelentes e, de acordo com alguns varejistas, poderia ter sido melhor se houvesse produtos disponíveis.
Diversos aspectos contribuíram com o resultado, como políticas governamentais, eleições e Copa do Mundo.
Ao longo de 2011, entretanto, o quadro se alterou. Observamos significativa elevação do endividamento do brasileiro, flutuações no câmbio, alta da inflação e redução na expectativa de crescimento da economia do país.
É difícil prever o quanto tais mudanças afetarão o comportamento do consumidor no Natal.
O que observamos são forças contrárias moldando esse comportamento, sinalizando ora redução ora crescimento no consumo.
De um lado, a retração no volume de encomendas do varejo, baseada nos resultados do Dia da Criança, indica um Natal de cautela.
Talvez porque os consumidores estão absorvendo as alterações no cenário, evitando assumir compromissos em período de crescentes incertezas, principalmente no âmbito global.
Do outro, o final do ano, marcado pelas confraternizações, simboliza um rito de passagem e mudança que, para muitos, deve ser celebrado com fartura e abundância.
Nessa direção, a injeção do 13º salário contribui de forma substancial para o aquecimento das vendas. É difícil determinar qual será o resultado do confronto dessas forças. O saldo, independentemente do volume de vendas, é positivo.
O consumidor, aos poucos, adquire consciência e aprende a lidar com um novo contexto, em novas condições de consumo.
O varejo também aprende a trabalhar com um novo consumidor, e assim o mercado evolui. Podemos esperar um Natal com bom desempenho, mesmo que inferior ao de um ano atrás.
Veículo: Folha de S.Paulo