Comércio prevê crescer 6% este ano, mesmo resultado de 2011

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O ano começou aquecido para o comércio, especialmente para as lojas de eletrodomésticos e de aparelhos de áudio e vídeo. Aumento do salário mínimo de 14%, impacto da redução da taxa básica de juros, a Selic, iniciada em meados de 2011 e o ritmo ainda forte do mercado de trabalho devem sustentar o crescimento do comércio em 2012.

Em 2011, as vendas do comércio varejista ampliado, que inclui veículos e material de construção, tiveram alta de 6,6%, quase a metade do registrado em 2010, apontam os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para 2012, economistas preveem crescimento de 6%, na prática, igual ritmo de 2011.

"Estamos tendo um fevereiro excepcional", diz o supervisor geral das Lojas Cem, José Domingos Alves. Em janeiro, as vendas cresceram 9% em relação ao mesmo período de 2011 e, neste mês, a expansão até agora é de 21%.

Já na Lojas Colombo, o comportamento das vendas é o inverso do da concorrente. Segundo Cesar Siqueira Anderson, diretor de vendas, em janeiro a rede faturou 11% a mais ante o mesmo mês de 2011 e, em duas semanas de fevereiro, essa taxa anual de crescimento caiu para 6%.

Dados da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) confirmam a tendência captada pela Lojas Colombo. Em janeiro a média de consultas para vendas à vista e a prazo cresceu 4,5% ante o mês de 2011, após ter tido um acréscimo de 2,2% em dezembro na comparação anual.

"Na primeira quinzena deste mês, as vendas arrefeceram", conta o economista da ACSP, Emílio Alfieri. O tamanho exato da desaceleração será conhecido hoje. Segundo ele, a antecipação das liquidações de fevereiro para janeiro mudou o comportamento do varejo. Por isso, agora a venda perdeu fôlego.

No entanto, como o carnaval caiu em março em 2011 e neste ano é em fevereiro, a perspectiva é de que a taxa de crescimento anual volte a se acelerar no mês que vem e o primeiro trimestre encerre com ritmo de vendas muito próximo do fim de 2011.

"O comércio deve manter o ritmo de 2011 neste início de ano e seguir em recuperação", diz o economista da LCA, Paulo Neves. A consultoria projeta alta de 6% para o varejo este ano.

Projeção semelhante é feita pela Rosenberg Consultores. "Há condições para que o comércio cresça novamente perto de 6% em 2012", diz Daniel Lima, analista. Ele aponta três fatores que devem dar suporte a essa tendência: desemprego baixo, alta da renda e do salário mínimo.

"Enquanto o emprego e a renda continuarem em alta não há risco de tropeço no consumo", diz o economista da Fecomércio-SP, Altamiro Carvalho.

Mais otimista que seus pares e usando números da Fecomércio-SP, Carvalho acha que o crescimento do varejo em 2012 pode até ser maior que o obtido em 2011. De acordo com a entidade, que usa critérios diferentes do IBGE para apurar o resultado do comércio, as vendas cresceram 3,1% em 2011 ante 2010. "Para 2012, a expectativa é de uma alta de 4% a 5%", prevê Carvalho.

Ele lembra que a confiança do consumidor continua alta. Em janeiro, ficou em 158,3 pontos. A média de janeiro a dezembro de 2011 foi de 156,3 pontos. Carvalho explica que boa parte da alta se deve à forte intenção de consumo, especialmente de bens duráveis, que aumentou 0,9% em janeiro. Além disso, o endividamento do consumidor diminuiu em janeiro (42,4% da renda) na comparação com o mesmo mês do ano passado (51,2%), apesar de ter crescido em relação a dezembro de 2011 (41,3% ).


Veículo: O Estado de S.Paulo


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