Pesquisa realizada pela Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) mostra que 54% das indústrias catarinenses já sentem algum tipo de prejuízo em função da crise e que o agravamento do cenário econômico mundial no último trimestre alterou as metas de crescimento de 2008 para 43% das empresas. Os principais reflexos negativos são a restrição do consumo ou cancelamento de pedidos, atrasos de pagamentos ou problemas nas negociações devido à alta do dólar e das matérias-primas.
Dentre as 88 empresas ouvidas, 89% dizem que estão sendo afetadas pela variação do câmbio. Praticamente uma em cada quatro empresas (24%) respondeu que já sente a restrição ao crédito no mercado interno, enquanto 16% informaram sentir dificuldades para obter recursos no mercado externo. Entre os problemas apontados estão a escassez de linhas de financiamento, alta nos custos, redução de limites, demora na liberação de recursos para importação ou problemas nas operações ligadas à exportação e capital de giro.
"Como as expectativas dos empresários ficaram muito piores, temos um indicativo de que a desaceleração da economia em 2009 poderá ser mais forte do que o esperado no começo da crise", diz o presidente da Fiesc, Alcantaro Corrêa. Para ele, são necessárias medidas para evitar a parada da economia. "É hora de reduzir os gastos públicos para que os investimentos como os do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) não sejam comprometidos. Também é hora de reduzir juros, para evitar que as restrições já sentidas no crédito se agravem, comprometendo ainda mais o desempenho do mercado interno em 2009", afirma.
O levantamento revela que os planos de investimentos da maior parte das indústrias catarinenses para 2009 não serão abandonados, mas passarão por revisão. A sondagem também mostrou que 57% das indústrias pretendem investir no próximo ano, mas irão revisar seus projetos, 6% decidiram adiar e 1% optou por suspender. Por outro lado, 21% das indústrias consultadas informaram que os investimentos estão integralmente mantidos e 15% que não havia projeto para o ano que vem.
A pesquisa também mostrou que a maior parte das indústrias ainda conta com boas vendas até o final de 2008. Para 60% delas, as vendas de final de ano ficarão dentro do previsto, para 7% irão superar as projeções e para 33% ficarão abaixo das expectativas.
Veículo: Gazeta Mercantil