Em uma sessão esvaziada pelo feriado do dia da Consciência Negra, comemorado nas principais praças financeiras do País -São Paulo e Rio de Janeiro - e pela ausência de indicadores econômicos domésticos, o dólar comercial manteve a trajetória de valorização e encerrou o pregão de ontem em leve alta de 0,13%, cotado em R$ 2,388 na compra e R$ 2,390 na venda. A divisa cravou a quarta sessão consecutiva de elevação.
Em um pregão de baixo volume negociado -apenas US$ 152 milhões, 10% em relação a dias normais - as negociações foram fechadas apenas nos mercados interbancários. A moeda norte-americana oscilou entre a mínima de R$ 2,385 e a máxima de R$ 2,410.
Ontem o Banco Central (BC) não atuou no mercado de câmbio, retornando as intervenções hoje. Serão ofertados até 10 mil contratos de swap cambial, o que equivale a cerca de US$ 500 milhões. O BC fará hoje uma seleção de propostas de instituições financeiras que desejam participar de operação de swap, entre 24 de novembro e 2 de fevereiro. As propostas devem ser registradas na BM&F na forma de Contrato de Swap Cambial com Ajuste Periódico (SCC). Cada instituição pode enviar cinco propostas. O BC se dispõe a comprar até 10 mil contratos.
De olho no cenário externo
Sem ter o referencial da Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), as operações acompanharam as notícias do mercado externo. Em Nova York, o preço do barril de petróleo WTI rompeu ontem a barreira de US$ 50, encerrando o dia em forte baixa de 8,2% para US$ 49,21, no menor nível desde maio de 2005.
A forte desvalorização do preço da commodity, depreciada pela expectativa de queda na demanda devido ao cenário econômico recessivo em grande parte do mundo, contribui para pressionar a alta do dólar em relação ao real.
A moeda norte-americana deve acordar hoje digerindo as más notícias de ontem de Wall Street e mantendo o foco no cenário externo, devido à agenda econômica vazia no último pregão da semana.
As bolsas norte-americanas fecharam com expressivas quedas ontem, afetadas por mais sinais de recessão. O índice dos indicadores antecedentes caiu 0,8% em outubro para 99,6 pontos em relação a setembro e os pedidos semanais de seguro-desemprego aumentaram para 542 mil, o maior nível em 16 anos.
Veículo: Gazeta Mercantil