Na ‘guerra dos centésimos’, BB volta a reduzir juro e Caixa faz o mesmo hoje

Leia em 2min 30s

Quase como um troco à concorrência privada, bancos públicos voltam a agir na verdadeira briga instalada no mercado de crédito. Na esteira do corte do juro básico da economia decidido pelo Banco Central, nesta quinta-feira o Banco do Brasil reduziu as taxas pela segunda vez em duas semanas.

Nesta sexta-feira, a Caixa Econômica Federal fará o mesmo. A redução, porém, é bem mais modesta que a anterior e já é tratada como a "guerra do centésimo", pois os ajustes fazem com que o juro volte a ficar menor que nos privados na segunda casa após a vírgula.

Com o objetivo declarado de oferecer taxas mais baixas que na concorrência, o BB anunciou ajustes no juro para o consumo duas semanas após a primeira redução. A medida beneficiou especialmente o juro mínimo - pago pelos melhores clientes. Crédito pessoal, cheque especial, cartão de crédito e financiamento de veículos são algumas das linhas que ficarão mais baratas a partir de segunda-feira.

Um exemplo da guerra dos centésimo está no financiamento de veículos. Desde o dia 12, o juro mínimo cobrado pelo BB era de 0,99% ao mês. Quando anunciada, a taxa era a menor do mercado. Mas Caixa, Itaú, Bradesco, Santander e HSBC anunciaram redução semelhante nos dias seguintes. Assim, o mais barato passou a ser o Bradesco, com 0,97%.

Para voltar a ficar bem no ranking, o BB cortou a taxa mínima em 0,04 ponto, para 0,95%. No cheque especial, situação parecida: a nova taxa mínima do BB é de 1,38%, imediatamente abaixo da cobrada pelo HSBC, que opera a 1,39%.

A guerra do centésimo terá novo capítulo nesta sexta, quando a Caixa deve anunciar novo corte das taxas. As taxas estavam sendo fechadas na noite desta quinta, mas a intenção é ter os juros mais baixos do mercado.

"Três fatores explicam a queda. A Selic menor, a boa reação dos clientes à redução anterior e o fato de que vimos que não tínhamos ficado com juros abaixo da concorrência. Por isso, cortamos, já que tradicionalmente temos juros menores que a média do mercado", explica o vice-presidente de negócios de varejo do BB, Alexandre Abreu.

Sobre a disputa de taxas, o executivo do BB disse apenas que "o mercado está bastante animado". "Vamos aguardar. Tudo a seu tempo", disse, ao ser questionado se o banco poderia reagir novamente a uma eventual ação dos concorrentes privados.

Na Caixa, além de taxas menores, o atendimento será ampliado para que a instituição possa emprestar mais. A partir de segunda-feira, e até 11 de maio, todas as agências abrirão uma hora mais cedo. Além disso, no dia 12 de maio, o sábado que antecede o Dia das Mães, o banco abrirá as portas para oferecer financiamentos e empréstimos a clientes e não clientes. O Dia das Mães, vale lembrar, é a segunda data mais importante do comércio.



Veículo: O Estado de S.Paulo


Veja também

Nova classe média é desafio para as pequenas empresas

A nova realidade social brasileira será um grande desafio pelos próximos dez anos para as micro e pequenas...

Veja mais
Confiança do consumidor paulistano sobe em abril, após recuo de março

Após o recuo registrado em março, a confiança do consumidor paulistano voltou a subir em abril, de ...

Veja mais
Bancos privados cedem às pressões do governo e reduzem taxas de juros

Itaú e Bradesco se juntaram ontem a Santander e HSBC e diminuíram custo do dinheiro para clientes; Planalt...

Veja mais
BC corta Selic em 0,75 ponto percentual

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) cortou ontem a taxa Selic em 0,75 ponto...

Veja mais
'Lei do Bem' patina, mas indústria lucra com inovação

Integrante da terceira geração da família na administração da Universal Indúst...

Veja mais
FMI prevê inflação acima do centro da meta

O Fundo Monetário Internacional (FMI) não acredita no cumprimento do centro da meta de inflaç&atild...

Veja mais
Mais tributos para importados prejudicam indústria brasileira

O governo tem feito uma série de medidas para proteger a indústria nacional, entre elas está o aume...

Veja mais
A cruzada do dinheiro barato

O governo promove uma ofensiva para derrubar as taxas de juros por meio da competição e estimular o cresci...

Veja mais
Base aliada pretende aprovar a Resolução 72

Proposta de unificação do ICMS na importação enfrenta resistências.Os senadores da bas...

Veja mais