Cesta básica da capital gaúcha volta a ser a mais cara do Brasil

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Salário-mínimo deveria ser de R$ 2.519,97 para suprir custos


Frio e excesso de chuva prejudicaram a produção e diminuíram a oferta de produtos in natura, como o tomate, que encareceu nas 17 capitais brasileiras avaliadas pela Pesquisa Nacional da Cesta Básica do Dieese em julho. Em Porto Alegre, o produto sofreu elevação de 70,43% em relação a junho, quando o quilo custava R$ 3,28. Em julho, o preço médio do tomate foi de R$ 5,59 na Capital, onde se registrou a cesta básica mais cara do País, contando ainda com alta de outros nove itens do grupo de alimentos básicos. Ao todo, os 13 produtos fundamentais estão custando R$ 299,96 em Porto Alegre, registrando alta de 7,03% em relação ao mês anterior e superando a cesta básica de São Paulo (R$ 299,39). No ano, a cesta na Capital gaúcha acumula alta de 8,34% e está 15,55% mais cara em relação a junho do ano passado.

De acordo com a economista Daniela Baréa Sandi, do escritório regional do Dieese-RS, o tomate foi o grande vilão do mês em todas as capitais pesquisadas. “Por ser o produto mais sensível ao clima, no inverno a alta no preço do tomate já é esperada, porém o excesso de chuva nas regiões produtoras colaborou para que em 2012 a elevação de valores fosse mais intensa”, explica Daniela, lembrando que o item vem encarecendo desde abril.
O inchaço dos preços da cesta básica em julho teve influência de outros itens. Na Capital, o custo do óleo de soja elevou em 0,98%, mas, se comparado com julho de 2011, o aumento do item foi de 14,43%. No Estado, onde a produção de carne é alta, mas também o consumo do produto per capita é um dos maiores do País, o item, considerado o de maior peso da cesta básica, subiu 0,37% na Capital, custando em média R$ 16,55  o quilo.

“Por ser uma mercadoria de exportação, a carne gaúcha acaba competindo com o mercado internacional, por isso se torna cara”, diz Daniela. Segundo ela, a forte demanda, a exportação e o mercado concentrado na oferta de produtos são responsáveis pela elevação dos preços, além do clima adverso.

Na avaliação da economista, embora o salário-mínimo tenha tido reajustes acima da inflação, o poder de compra está muito aquém das necessidades do trabalhador. “Em julho, seria necessário um salário de R$ 2.519,97, ou seja, 4,05 vezes mais que o vigente, para suprir as despesas básicas de um trabalhador e sua família”, estima Daniela. Quem ganha salário-mínimo comprometeu, em julho, mais da metade (52,42%) de sua receita ao consumir os 13 itens da cesta básica.



Veículo: Jornal do Comércio - RS


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