Indústria decepciona e adia a retomada do crescimento

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Após 3 meses em queda, produção sobe 0,2%, resultado menor que o esperado



A leve recuperação da indústria em junho, conforme divulgou ontem o IBGE, ainda é insuficiente para alterar o quadro negativo do setor e reverter a fraqueza da economia, afirmam analistas.

Após três meses seguidos de queda, a produção da indústria brasileira aumentou 0,2% em junho ante maio.

Segundo o economista do Itaú-Unibanco, Aurélio Bicalho, dados de julho disponíveis não sugerem melhora.

"Não há sinais consistentes de retomada na indústria", afirmou.

A confiança do empresário, pela sondagem da FGV, caiu no mês passado em relação a junho. Mas os estoques cederam, o que deve permitir a volta da produção.

Segundo a FGV, o número de industriais que disseram ter estoques excessivos recuou de 9,3% para 6,6%.

"Esperamos que a reaceleração venha com a diminuição dos estoques e com os estímulos já adotados, como redução dos juros e valorização do câmbio", disse Bicalho.

A produção industrial ficou abaixo do esperado e confirmou que o PIB (Produto Interno Bruto) no segundo trimestre seguiu anêmico.

O economista-chefe do Bradesco, Octavio de Barros, colocou um vies de baixa em sua estimativa de crescimento do PIB de 0,5% no trimestre em relação ao primeiro.

"A recuperação da atividade deve ser beneficiada pelos estímulos em curso. Contudo, não descartamos que o processo de retomada seja mais moderado do que o previsto", escreveu em relatório.

O economista-chefe da RC Associados, Fábio Silveira, disse que, mesmo com um segundo semestre melhor, a produção industrial fechará o ano com queda de 2,5%.

"O governo está preocupado com a arrecadação, mas, se retirar o IPI do automóvel, as vendas vão despencar e o resultado da indústria no fim do ano será bem feio", disse.

O ministro Guido Mantega (Fazenda), entretanto, afirmou que o resultado de junho indica uma "virada": "Daqui para a frente vamos ter resultados melhores".



Veículo: Folha de S.Paulo


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