Peso dos impostos sobre a economia bate recorde

Leia em 2min 40s

Carga tributária brasileira em 2011 chegou a 35,31% do Produto Interno Bruto


Mais de um terço de tudo o que o Brasil produziu em 2011 foi para os cofres públicos. Segundo números divulgados nesta quinta-feira pela Receita Federal, a carga tributária no ano passado correspondeu a 35,31% do Produto Interno Bruto (PIB), crescimento de 1,78 ponto percentual em relação a 2010, quando a carga havia atingido 33,53%, o maior percentual já registrado. Até agora, a maior carga tributária havia sido registrada em 2008, quando o percentual alcançou 34,54%.

O número corresponde à arrecadação da União, dos estados e municípios, dividida pelo PIB, que é a soma de tudo que é produzido no país. De acordo com a Receita Federal, o crescimento da carga tributária resultou da combinação do crescimento de 2,7% do PIB no ano passado e da expansão real (descontada a inflação) de 8,15% da arrecadação tributária nos três níveis de governo.

Apesar do aumento da arrecadação, a Receita alega que o incremento da carga tributária decorreu muito mais do crescimento da economia do que da elevação de impostos e contribuições. De acordo com o Fisco, isso pode ser comprovado pelo fato de que, no ano passado, não foram observadas medidas legislativas relevantes para aumentar a carga tributária.

Segundo a Receita Federal, a elevação da renda do brasileiro e a formalização do mercado de trabalho foram os principais fatores que impulsionaram a arrecadação no ano passado. Somente o Imposto de Renda teve impacto de 0,52 ponto percentual no aumento da carga tributária, influenciado pelo aumento da massa salarial e à recuperação dos investimentos em aplicações financeiras. Em segundo lugar, veio a contribuição para a Previdência Social, com impacto de 0,31 ponto percentual.

O bom desempenho do comércio, cujas vendas se mantiveram aquecidas no ano passado, refletiu-se na arrecadação da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), tributo ligado ao faturamento. A arrecadação da Cofins representou 0,20 ponto percentual do crescimento da carga tributária em 2011.

Os tributos federais foram os que mais pesaram no bolso do brasileiro, correspondendo a 24,73% do PIB em 2011. Em 2010, esse percentual havia atingido 23,15%. Os tributos estaduais representaram 8,63% do PIB, índice praticamente estável em relação a 2010, quando os tributos estaduais haviam alcançado 8,53% do PIB. A carga tributária dos municípios subiu de 1,85% do PIB, em 2010, para 1,95% no ano passado.

De acordo com a Receita Federal, a carga tributária brasileira é mais baixa que a da maioria dos países da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), grupo composto principalmente por países desenvolvidos. O peso dos tributos no Brasil é menor que o de 16 países do bloco. Os tributos respondem por 48,2% do PIB na Dinamarca, 45,8% na Suécia, 43,8% na Bélgica, 43% na Itália e 42,9% na França.

Apesar disso, o peso dos impostos sobre a economia brasileira é maior do que nos Estados Unidos, onde a carga tributária somou 24,8% em 2010, e em países emergentes como o México, cuja carga atingiu 18,1% do PIB. Como os dados dos outros países estão desatualizados, a Receita Federal fez a comparação com 2010.



Veículo: Zero Hora - RS


Veja também

Deflação de alimentos perde força em novembro

Após as fortes altas dos alimentos entre julho e setembro, economistas avaliam que o período de defla&cced...

Veja mais
Sem IPI reduzido, consumo está sujeito à ‘ressaca’ em 2013

Manutenção do benefício fiscal é pleito da indústria em encontros com o governo, diz ...

Veja mais
Mantega vê PIB 'nada espetacular' e anuncia mais ações pró-crescimento

Novos setores serão beneficiados pela desoneração da folha de pagamento, promete ministroPrograma d...

Veja mais
Exportador quer prorrogação de incentivo fiscal do Reintegra

Com menos de um ano de aplicação e com prazo até 31 de dezembro, o Reintegra é alvo de pedid...

Veja mais
Produção da indústria é revista com fim do IPI

Sondagem da FGV indica que os fabricantes de carros, eletrodomésticos e móveis começam a cortar pro...

Veja mais
Entre 150 países, Brasil tem o maior ganho de bem-estar em 5 anos

O Brasil foi o país que melhor utilizou o crescimento econômico alcançado nos últimos cinco a...

Veja mais
Câmbio derruba custo do BC para carregar reservas

A desvalorização cambial e a queda da taxa Selic, do segundo semestre do ano passado para cá, reduz...

Veja mais
Endividamento diminui confiança do consumidor

O elevado patamar de endividamento das famílias brasileiras, aliado às incertezas que rondam as perspectiv...

Veja mais
Dólar mais caro não afetará o Natal

Maioria dos varejistas acertou a compra de produtos importados antes da recente alta da moeda americana, que subiu 2,6% ...

Veja mais