Alimentos impactaram índice de preços no mês de janeiro

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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), registrou em janeiro variação de 0,86%. Segundo os dados divulgados ontem, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), este é o maior dado mensal desde abril de 2005 quando alcançou 0,87% e o maior para os meses de janeiro desde o ano de 2003 quando ficou em 2,25%. Especialistas consultados pelo DCI acreditam que essa alta do último mês é uma questão sazonal e não configura como uma tendência.

Segundo o analista da agência de risco Austin Rating, Willian Ramos, "o que acontece nesse período do ano é que nós temos muitas chuvas que acabam impactando o item alimentação e bebidas, nós tivemos uma taxa de 1,99% para alimentação que foi decorrente principalmente das altas de feijão, tomate, batata e outras hortaliças, isso não é uma tendência, esses produtos in natura tendem a pressionar bem a inflação nesse começo de ano, como gastos de materiais escolares que também fazem a inflação ficar mais salgada".

De acordo com o IBGE Alimentação e Bebidas registrou a maior alta por grupo do índice de janeiro com 0,48 ponto percentual o que fez o segmento responder por 56% do IPCA. A coordenadora de índices de preços do instituto de pesquisas, Eulina Nunes, colocou que "o IPCA de janeiro, ficou acima do resultado de dezembro [0,79%] do ano passado. Por um lado houve o aumento forte dos produtos alimentícios que foram responsáveis pela maior parte do IPCA com reajustes, com aumentos de preços em produtos importantes como farinha de trigo, pão, e produtos in natura que subiram devido adversidades climáticas", disse.

São exemplos desses itens o tomate que teve alta de 26,15%, a batata-inglesa com apreciação de 20,58%, a cebola com 14,25%, as hortaliças com um aumento de 10,86% e a e cenoura que teve apreciação de 9,83%.

Eulina destacou a queda da tarifa de energia elétrica como item importante para puxar o indicador para baixo. "Três grupos apresentaram deflação, deles, o mais importante, foi a queda da energia elétrica, cujas contas foram reduzidas em função da redução de tarifa", disse.

Segundo o IBGE, as contas de energia elétrica ficaram 3,91% mais baratas, refletindo parte da redução de 18% no valor das tarifas em vigor a partir de 24 de janeiro. Isso fez com que este item, cuja ponderação no IPCA é de 3,33%, tenha exercido o impacto significativo para baixo no mês com 0,13% ponto percentual.

O analista da Austin destacou que "como o governo tem preocupação em deixar a inflação controlada, uma das ferramentas é agir nessa área fiscal, com a diminuição nós tivemos um controle maior desse item habitação, o governo reduziu essa tarifa para que a inflação não fosse ainda mais alta, se não tivéssemos esse reajuste o IPCA seria bem mais alto em janeiro", previu. O grupo habitação teve queda de 0,20% mas alguns itens registraram alta. O aluguel residencial ficou 1,56% mais caro, o condomínio teve apreciação de 1,18% e a mão de obra para pequenos reparos na residência aumentou 0,70%.

Os índices gerais de preço (calculados pela Fundação Getúlio Vargas - FGV) indicaram queda no período, o que demonstra que os preços no atacado já têm desacelerado já que esses produtos representam 60% dos indicadores. O Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), registrou 0,34% em janeiro e o IGP-10, alcançou 0,42%. O Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) chegou a 0,31%.

"Nós temos visto nos IGPs uma pressão baixa de grãos, principalmente soja, milho, em decorrência da expectativa de safras melhores. Nos próximos meses nós vamos ver esse repasse para os subgrupos como aves e ovos, o varejo já começa a captar nos próximos meses essa queda sim e não mais picos de altas nesses itens in natura que devem ficar mais controlados", explicou.

Para fevereiro a agência de classificação de risco espera que o IPCA-15 desacelere para 0,76%, e o índice "cheio" deverá recuar para 0,48%. A previsão é que a inflação chegue a 5,5% no final do ano.

 

Veículo: DCI


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