Órgãos oficiais se juntam para otimizar promoção do Brasil

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Órgãos governamentais estão se reunindo para otimizar recursos de promoção comercial do Brasil. Segundo o chefe de divisão de programas de promoção comercial do Ministério das Relações Exteriores (MRE), Carlos Henrique Moscardo, seu departamento tem como orçamento anual para a promoção de empresas brasileiras no exterior apenas R$ 14 milhões.

"Digamos que são recursos modestos, que poderiam ser incrementados, mas isso depende de um trabalho de convencimento. Eu acho que o governo está muito interessado nessa sinergia com os outros órgãos e em fazer com que esses recursos conversem e sejam otimizados com os recursos da Apex [Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos], com os recursos do Ministério do Desenvolvimento [MDIC], com os recursos do Ministério da Agricultura para dar um empurrão, acho que o governo tem feito isso nos últimos anos, um trabalho de coordenação muito bem feito", disse durante entrevista ao DCI ao participar do Comitê de Comércio Exterior da Câmara Americana de Comércio (Amcham).

Ele coloca que mesmo com um baixo orçamento é importante que o dinheiro seja bem utilizado. "Eu acho que aos poucos, dentro das possibilidades a gente poderia ter um pouco mais de folga com os recursos, mas nesse meio tempo vamos aproveitar os recursos que temos, que acho que é o que o contribuinte brasileiro deseja, temos uma eficiência muito grande no que a gente faz, de grande custo-benefício para o exportador", completou.

Moscardo explica que normalmente os eventos e feiras para a promoção comercial brasileira são feitos em parceria e que cada órgão entra com uma parte do investimento. "Nós normalmente alugamos o espaço, o Ministério da Agricultura entra com uma parte se for uma feira de agronegócio para a venda de alimentos, com a Embratur também fazemos muitas parcerias, eu acho que o Itamaraty é um exemplo de quanto podemos fazer com tão pouco, nós potencializamos muito esses recursos, contando os gastos com funcionários o total do orçamento fica em cerca de R$ 30 milhões", estimou.

O consultor de comércio exterior, Welber Barral, que presidiu a reunião, disse que a promoção comercial é fundamental para as vendas externas do País. "Eu acho que o trabalho que está sendo feito por essas agências é um trabalho heroico, justamente porque é isolado, R$ 14 milhões por ano para a promoção do País inteiro é ridículo, teríamos que ter uma orçamento no mínimo dez vezes maior, para poder fazer promoção comercial em um nível maior para empresas de menor porte, pois acaba sendo apenas as empresas de maiores que acabam tendo acesso ao mercado externo, então, promoção comercial é fundamental mas os recursos são pequenos", disse o especialista.

Junto com a promoção dos produtos, o consultor chama a atenção para os altos impostos que o empresário brasileiro que comercializa tem de arcar. "Na verdade, principalmente as questões tributárias dificultam a vida de quem está tentando entrar no comércio exterior e aí você tem vários fatores, primeiro o mercado interno é aquecido, segundo o câmbio não é favorável, terceiro uma porcentagem muito pequena de empresas tem experiência de exportação, você junta tudo isso, com uma dificuldade tributária de exportar e resulta que o exportador fica sem incentivo", concluiu Barral.

Atração

A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos [Apex], tem utilizado os grandes eventos brasileiros para ajudar a atrair compradores e investidores. Um dos exemplos é o "Projeto Carnaval" que traz empresários estrangeiros para conhecerem empresas na semana do feriado e aproveita para levá-los aos desfiles.

Segundo Regina Silverio, diretora de planejamento da Apex, essa estratégia junta a imagem já conhecida do País, que é mais ligada a aspectos lúdicos, com mostrar a qualidade da produção brasileira. "A nossa imagem [do Brasil] é positiva, mas ela é positiva nos aspectos mais lúdicos, quando alguém pensa em sonho, pensa no Brasil, na natureza exuberante, em um povo alegre, simpático , acolhedor, o que a gente tem feito é aproveitar essa imagem positiva em outras áreas que não são de negócios, para mostrar o empresário brasileiro, a nossa produção, as tecnologias já avançadas que o Brasil adota, nós trazemos os compradores, exatamente para estreitar um pouco mais o relacionamento", disse.



Veículo: DCI


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