BC afirma que preço dos alimentos vai ceder, e juros recuam

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Investidores diminuem apostas de aumento na taxa básica no curto prazo, após declaração de Tombini



Para presidente do BC, inflação é 'resiliente', mas recuperação global fraca ajuda a conter aumentos de preços

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou ontem em Nova York que a inflação deve declinar no segundo semestre deste ano e que o crescimento da economia está voltando.

Apesar de considerar a inflação "resiliente", disse que há diversos motivos para acreditar em uma desaceleração. "A inflação dos preços de alimentação vai se moderar, assim como o crescimento do crédito", afirmou.

Também disse que a recuperação "fraca" da economia global deve conter os preços.

APOSTAS DESFEITAS

No mercado financeiro brasileiro, o discurso foi interpretado como menos pessimista, o que ajudou a desfazer apostas de alta da taxa básica de juros (hoje em 7,25% ao ano) imediatamente.

A próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) será em uma semana. Medições recentes da inflação em janeiro e em fevereiro (acima do esperado) alimentaram a expectativa de que o BC poderia elevar os juros no curto prazo para debelar reajustes de preços.

Contribuíram declarações expressando preocupação de Tombini e do ministro Guido Mantega (Fazenda).

No início do dia de ontem, o mercado ainda reagia a esse cenário, depois de uma entrevista de Tombini ao "Wall Street Journal". Ele afirmou que o BC tem como meta a inflação, e não o crescimento.

Mas, com as novas declarações, a perspectiva mudou e as apostas de alta dos juros cederam, inclusive nos contratos com vencimento mais curto (no primeiro semestre).

Ainda assim, os juros futuros para janeiro de 2014 estão em 7,8% -sugerindo pelo menos uma alta de 0,25 ponto percentual até o fim do ano.

A cotação do dólar à vista também reagiu ao discurso de Tombini e teve leve alta de 0,30%, cotado a R$ 1,977.

No evento em Nova York, Tombini mostrou diversos números sobre o crescimento das reservas brasileiras, a queda da dívida externa e o declínio da dívida pública.



Veículo: Folha de S.Paulo


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