Conselho vai monitorar estoques e preços de alimentos

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O governo começa a desenhar uma nova política de regulação dos estoques oficiais de alimentos, medida que foi amplamente usada no passado e volta a ganhar importância diante do cenário de inflação alta.

No início da semana, a presidente Dilma Rousseff oficializou a criação do Conselho Interministerial de Estoques Públicos de Alimentos (Ciep) para definir as condições para aquisição e liberação de estoques públicos. A primeira reunião oficial do conselho está marcada para terça-feira, mas ontem o grupo realizou um encontro informal.

A ideia é "monitorar os volumes" de forma mais permanente, definindo quando deve se dar a liberação de produtos. "Até agora, o trabalho estava pontual e queremos voltar a sistematizá-lo", disse um integrante.

A formalização do grupo se dá no momento em que é esperada uma safra recorde de grãos no País e, ao mesmo tempo, se detecta uma escalada dos preços dos alimentos.

A equipe econômica garante que não há descontrole de preços, mas já deu sinais de que poderá elevar a taxa básica de juros - atualmente em 7,25% ao ano, menor nível da história.

O Ministério da Agricultura ficou responsável pela coordenação do conselho, que terá ainda representantes dos ministérios da Fazenda, Casa Civil e Desenvolvimento Agrário, além da presidência da República.

Também será "convidada permanente", para prestação de assessoria e orientação técnica, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A estatal, ligada à Agricultura, ficará responsável pela execução das medidas.

Os ministros que compõem o Ciep se reunirão duas vezes por ano. Todos os meses, no entanto, os técnicos de cada pasta participarão de encontros para estabelecer as novas formas de atuação do governo.

Eles vão definir quais as quantidades de estoques estratégicos de cada produto, recomendar critérios para cálculo do preço de liberação dos estoques, levando em conta as diferenças regionais, e propor as condições gerais para aquisição e liberação dos alimentos.

Essa liberação funcionará como uma venda direta de alimentos, quando houver um movimento de elevação do preço de algum produto específico.

Apesar disso, um participante do grupo disse que não há como esperar resultados imediatos sobre os preços. "Vale lembrar que, em muitos casos, não há nem como o governo influenciar preços, pois são commodities internacionais", disse. "Não temos elementos para isso, mas podemos regular melhor oferta e demanda."

Veículo: O Estado de S.Paulo


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