Prévia da inflação de fevereiro para a cidade de São Paulo recuou para 0,52% e projeção é de que o indicador feche o mês em 0,37%
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede a inflação da cidade de São Paulo, foi de 0,52% na terceira quadrissemana de fevereiro. O número representa uma desaceleração em relação à segunda leitura do mês, de 0,83%. Na comparação com a terceira medição de janeiro, a inflação também mostrou desaceleração, já que o índice naquele levantamento foi de 1,04%.
A projeção da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) é de que o indicador feche o segundo mês do ano com variação de 0,37%. Caso os alimentos in natura apresentem queda nos preços em março, pode haver deflação no próximo mês.
A avaliação é do coordenador do Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe), Rafael Costa Lima. Segundo ele, além do movimento do grupo Alimentação, o impacto do corte na tarifa de energia deve ser maior em março, o que contribui para que no próximo mês o IPC tenha variação menor que em fevereiro. E o comportamento dos alimentos in natura será decisivo para o resultado.
"Os in natura sobem com as chuvas e depois rapidamente se equilibram. Se tivermos queda nesse grupo já em março, é muito provável que tenhamos deflação. O cenário é de uma variação certamente menor que a de fevereiro", diz o economista. Ele explica que, somado a uma possível queda nos alimentos, o corte da tarifa de energia elétrica terá impacto maior no próximo mês. "Para março, esse impacto (da energia) vai ser maior, pois a maioria dos consumidores vai começar a pagar a redução da alíquota cheia."
Sem surpresa. O resultado apurado pela Fipe ficou dentro do intervalo das previsões de 14 instituições pesquisadas pelo serviço AE Projeções, da Agência Estado, que projetavam o índice entre 0,49% a 0,71%.
O grupo Vestuário foi o que mais avançou, saindo de uma alta de 0,40% na segunda quadrissemana de fevereiro para 0,57%. Já a inflação do grupo Transportes subiu para 0,80% na terceira leitura de fevereiro, de 0,65% na mesma comparação. Saúde também apresentou uma alta maior, saindo de 0,58% na segunda quadrissemana para 0,66%.
A inflação do grupo Habitação desacelerou para 0,14%, após ter ficado estável em 0,36% na segunda quadrissemana do mês. O grupo Alimentação também apresentou alta menor, de 0,54%, já vez que o grupo atingiu 1,02% na segunda leitura de fevereiro. Já Despesas Pessoais recuou de 1,48% para 0,51% na mesma comparação. Educação registrou uma queda da inflação para 1,78%, de 3,61%.
Se por um lado as pressões de baixa serão maiores, as de alta - como combustíveis, IPTU e passagens aéreas - devem ser menores. "Em março começa a sair o aumento da gasolina, do IPTU, e entramos na baixa temporada de passagens aéreas. Devemos ter uma inflação até menor que a de fevereiro", disse Costa Lima.
Veículo: O Estado de S.Paulo